A cultura do tabaco, cuja presença nas pequenas propriedades e nas atividades industriais do Vale do Rio Pardo é mais do que centenária, desde a chegada dos primeiros colonizadores alemães, em meados do século 19, exemplifica um dos melhores, se não o melhor, modelo de produção agrícola exportadora em realidade de Brasil, com altíssimo valor agregado, e em áreas por vezes minúsculas.
Já se enalteceu à exaustão o sucesso dessa cadeia produtiva, e sempre com razão. E o simples fato de ela precisar suportar uma campanha contrária, algo sem parâmetro em qualquer outro setor econômico formal e legal no mundo, é só mais uma evidência de quanto essa atividade é forte e competente. Ela é tão forte que, além de precisar ser eficiente a ponto de assegurar a plena competitividade global, ainda precisa superar as rezingas e as pressões antitabagistas.
De todo modo, no ambiente do agronegócio, e perante toda a economia, o tabaco, por seus elos e agentes, renderia aulas e mais aulas de pós-graduação sobre como ser competente, eficiente e, principalmente, gerar efeitos positivos sobre a socioeconomia de uma região. E não uma região qualquer, mas uma área do tamanho de um país europeu, ao contemplar toda a região Sul do Brasil.
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E é essa expertise que está servindo de modelo para o projeto de uma nova cadeia produtiva: a das plantas bioativas, o que engloba fitoterápicos, medicinais e perfumaria. Nessa sexta-feira pela manhã, lideranças envolvidas com a iniciativa expuseram os primeiros, e altamente positivos, resultados obtidos junto a produtores que fizeram os primeiros plantios, como a Gazeta do Sul compartilha nesta edição, na página 5.
Talvez a população ainda nem tenha captado a real importância dessa iniciativa. Que, aliás, deve ser creditada à ação de uma pessoa, o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Schwanke, em vias de se desligar dessa função para assumir cargo de relevância internacional como diretor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pelo qual ficará sediado em San Jose, na Costa Rica. Schwanke mediou junto à Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e aos demais parceiros essa proposta de implementação de um projeto-piloto de produção, beneficiamento, extração e comercialização dessas essências (óleos e outros produtos). É mais do que provável que esse projeto, a exemplo do que em décadas anteriores ocorreu com o tabaco (afinal, também uma planta com efeito medicinal e terapêutico, desse modo tendo sido incorporado na cultura ocidental), possa estar inaugurando novo e promissor tempo para a economia regional.
E, o que é óbvio e ainda mais significativo: em paralelo e em sintonia com o próprio tabaco, de cujo modelo tende a se valer o tempo todo. Parabéns a todos os envolvidos no projeto, em especial a Fernando Schwanke, a quem a Gazeta deseja muito, mas muito sucesso, pleno êxito, em sua nova empreitada pessoal e profissional.
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Um bom final de semana para todos.
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