O reggae surgiu no fim dos anos 1960, quando o mundo necessitava de mais amor. Ele é considerado a música do futuro e vai além de uma simples melodia; fala ao espírito, eleva a sensação de paz e bem, assim como faz muito bem ao coração. Trata-se de um gênero musical quase terapêutico, recomendado por quem curte essa vibe positiva. Zeider Pires é o vocalista da Planta & Raiz e é ele quem define a música como uma experiência que transcende o corpo e faz surgir uma sensação diferente a cada nova letra.
A banda paulista é uma das grandes expressões do reggae nacional e Zeider é o seu compositor. A playlist deles é formada por composições próprias, escritas de punho pelo vocalista, desde o primeiro lançamento, em 2001. Na programação da Rádio Gazeta FM 101,7, Cante a Paz e É Desse Jeito, com a participação de Rappin Hood, são as mais tocadas do setlist da Planta. “Nossos repertórios estão sempre em produção. Quando a gente acaba um disco, já inicia outro. Na real, a gente não sabe de onde essas canções vêm. Quando vê, já está rolando, com harmonia, e tudo simplesmente acontece”, compartilha Zeider.
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O músico diz que o repertório começou com 14 músicas, e no tempo da gravação de disco – com a produção da mídia física, o CD – a Planta & Raiz finalizou 11 trabalhos, deixando o 12º em uma referência hercúlea de fazer música em meio à pirataria para as plataformas digitais. “Durante o ano de 2020, lançamos cinco singles, que foram uma leva de produções com um amigo meu, o produtor musical Tiago Barromeo. Essas músicas vieram com o sentimento que estávamos vivendo durante a pandemia”, justifica.
Hey Racista e É Desse Jeito nasceram nesse conturbado tempo. Questões como a falta de empatia e as incertezas do confinamento, que sufocam a humanidade que tenta se proteger do coronavírus, são o enredo dessas canções pandêmicas. “É Desse Jeito tem uma mensagem superlegal, que traz uma necessidade de olhar para a vida e acreditar que sempre há esperança”, conta o vocalista. A letra positiva, na qual surfa o amor à vida e ao próximo, está sempre entre os repertórios da turma de Jah – uma das traduções de Deus.
Sem entrar na religião, o reggae fala da religiosidade. Não importa qual ou quais deuses a pessoa cultua ou segue. O importante é andar pelo caminho do bem e do amor, tocando o coração das pessoas por onde se passa. “O reggae é uma música espiritual, que vem para abrir os olhos e o coração. A gente canta a realidade, por isso que tem identificação com coisas que a gente vive, sem descuidar dessa espiritualidade. O reggae é a música do futuro, anota aí.”
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Na vibe positiva do reggae nacional
Zeider e a trupe da Planta & Raiz classificam o estilo reggae como a música do futuro. Nascida no período de libertação dos corpos e costumes, entre os anos de 1960 e 1970, como alerta e maneira de fugir do lugar-comum, o reggae contagia por onde passa. A “música do futuro” fortalece, dá paz ao coração e ajuda a criar um entendimento sobre si mesmo e sobre as emoções de uma maneira muito melhor. “É uma música de consciência, que bate em todos os momentos. É como olhar para dentro de si e analisar sonhos, desejos e pensamentos”, define o vocalista.
O reggae ajuda a plantar sementes de amor e paz, e a banda as espalha pelo ar. Sonhar e realizar são as ações esperadas a partir disso. Todos juntos, sem importar classe social, a favor do amor; é a essência da música do futuro.
Sem sofrer influências de outros estilos populares brasileiros, como o sertanejo universitário e o próprio funk, expressões que vêm do gosto e da cultura nacionais, o reggae sobrevive às ondas de ritmos e estilos que se renovam a cada nova estação. “O funk é muito semelhante ao reggae, ele vem do gueto, daquela necessidade de se dizer algo.
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Assim como o sertanejo, que está na raiz do brasileiro. São estilos que se espalham porque fazem parte da vida das pessoas e isso é contagiante! O grande poder da música é ser popular.” Assim como no esporte, que acorda para o surf como modalidade olímpica, o gosto pela música de segmento social, como rap, funk e, por que não dizer, o reggae, mostra que, nas palavras de Zeider, não é só coisa de “maloqueiro”.
Uma música por mês
Apostando nos lançamentos digitais ao longo de 2021, a Planta & Raiz apresentou outras cinco canções até o fim do ano. Natureza Viva foi o primeiro single deste EP, música que também chega à programação da Rádio Gazeta FM 101,7. Foi composta durante a pandemia e fala de esperança, sobretudo na vacina e na possibilidade de uma vida nova, em um “novo” normal. “Na natureza, tem dia que é tempestade e tem dia que é céu azul. Que o mar está agitado e sacode tudo, e outro está calminho. Na vida também é assim. A gente só precisa mentalizar coisas boas”, ensina o compositor Zeider.
Natureza Viva emociona, faz com que se volte para a essência da vida. Outro single que chega agora ao serviço de streaming é Só Agradece, em parceria com Marina Peralta, e que ainda não havia sido lançado no meio digital. A música, que voltou a receber acessos e ganhou um pouco mais de relevância durante a pandemia, acumulando mais de 12 milhões de visualizações no vídeo, traz uma mensagem de otimismo e fé, que dialoga, intimamente, com o sentimento de medo e incertezas que afloram mediante situações de dificuldade, com a máxima “agradecemos independente das dores”.
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Utilizando as ferramentas digitais e na parceria com as emissoras de rádio, a banda do Zeider, do Fernandinho, do Franja, do Samambaia e do Juliano Hodapp está pronta para voltar aos palcos com público. Só está esperando a largada para os shows presenciais, para retomar o contato direto com os seus fãs. No tempo de isolamento, eles organizaram a casa, contrataram o suporte necessário, renovaram figurino e cenários para caírem na estrada. “Muitas coisas boas virão.”
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