Regional

Plano estima investimento de R$ 20 milhões na retomada do setor agropecuário em Venâncio Aires

Um grupo de lideranças do setor primário de Venâncio Aires, denominado “Comissão do Setor Agropecuário Pós-enchente”, apresentou na tarde dessa quinta-feira, 20, ao prefeito Jarbas da Rosa, um Plano de Ações visando a recuperação da população rural atingida pelo evento climático de maio. Além do levantamento completo das perdas, o documento visa potencializar as politicas públicas municipais, estaduais e federais no intuito de reduzir danos e buscar soluções para o setor.

O grupo é formado por integrantes das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente, Infraestrutura e Serviços Públicos, Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Rural e Cooprova.

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Com 7,3 mil famílias no meio produtivo rural de Venâncio Aires, o levantamento aponta que 750 famílias tiveram perdas significativas pela ação dos deslizamentos, enxurradas e enchente. Cerca de 320 propriedades estão completamente inviáveis a curto e médio prazo para voltarem a desenvolver as atividades agrícolas.

“Além de danos vultuosos às casas e nas infraestruturas produtivas, como galpões, agroindústrias familiares, chiqueiros, fornos e estufas de tabaco, levamos em consideração os danos aos acessos e estradas vicinais, que dificultam o escoamento da produção agropecuária e recebimento de insumos”, explicou o secretário do Desenvolvimento Rural, Gustavo Von Helden.

No Plano de Ações, um relatório de perdas aponta que dez propriedades foram atingidas por grandes deslizamentos de terra e mais de 80 pontos de cabeceiras de pontes foram comprometidas significativamente. Sobre as perdas na produção agrícola, os prejuízos financeiros já haviam sido estimados em aproximadamente R$ 70 milhões, com quebras especialmente na safra de grãos, como soja (cerca de 45%) e milho (38%).

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Sobre as perdas diretas em propriedades, casas e moradias, foram danificadas ou destruídas 294 unidades, com danos médios aproximados de R$ 16,7 mil por unidade; 320 galpões (dano médio de R$ 7,6 mil cada) e 533 unidades de infraestruturas produtivas, como animais, unidades de secagem de tabaco e de hortaliças (dano médio de R$ 4,7 mil). Foram ainda mais de 370 máquinas e equipamentos agrícolas danificados e 150 veículos e motos.

“São todos números levantados in loco e fruto de vistorias realizadas pelos nossos técnicos. Importante salientar que os agricultores ainda não estão bem orientados quanto à disponibilidade de acessar o auxílio reconstrução do Governo Federal e outras linhas de crédito”, destaca o gerente local da Emater, Vicente Fin.

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Como medidas sugeridas pelo grupo no documento estão a necessidade de identificação de famílias que desejam permanecer em suas propriedades localizadas em áreas inundadas; definição sobre construção de pontes secas junto a RSC-287; identificação de famílias que necessitam de áreas para produzirem tabaco e outras atividades e criação de um Fundo Municipal de Calamidade Rural, junto a Secretaria de Desenvolvimento Rural.

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Com levantamento de custos necessários na ordem de R$ 20 milhões para reestabelecimento emergencial do setor, o prefeito Jarbas da Rosa parabenizou o trabalho. “Um levantamento minucioso que ainda não tinha visto em outras cidades. Quero levar essa identificação para Amvarp e Amvat para que tenham isso como um mote e então, juntos, buscarmos na Famurs e nos governos do Estado e Federal uma linguagem mais assertiva para atendimento das necessidades do setor agropecuário”, finalizou.

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Recursos necessários

  • Para famílias identificadas que necessitam de áreas para cultivo de tabaco e/ou outras atividades e criações, bem como a busca por local – ajuda inicial para aquisição de insumos e equipamentos para a produção – 50 famílias – R$ 750 mil.
  • Para famílias identificadas que desejam permanecerem no local e que necessitam reforma e reconstruir as casas danificadas – 150 famílias – R$ 10,5 mil.
  • Aterro nas estradas 500m x 10m x 1,20m (material e bueiros) – R$ 800 mil.
  • Aquisição ou doações de matrizes bovinas (três a cinco fêmeas), aves (cinco galinhas e um macho) e suínos (01 fêmea) – 150 famílias – R$ 2.212.500,00 – Pecuária e agricultura familiar.
  • Aquisição ou doações de semente de forrageiras – 95 famílias – R$ 150 mil.
  • Aquisição ou doações de materiais para instalações e benfeitorias dos animais – 250 famílias – R$ 2.500.000,00.
  • Para as famílias identificadas que necessitam de mudas de tabaco – 15 famílias – R$ 85 mil.
  • Para os locais identificados junto as famílias que desejam permanecer no local e necessitam colocar suas casas, instalações e abrigos de animais com a construção de levantes/terraplanagem – 150 famílias – R$ 2.400.000,00.
  • Recursos ou doações para restruturação, bem como aquisição de equipamentos e custeio de matéria prima para as famílias atingidas que possuem agroindústrias familiares – 10 famílias – R$ 150 mil.
  • Aquisição ou doação de caixas de abelhas, alimentos e equipamentos para os produtores comerciais de mel atingidos – 10 famílias – R$ 150 mil.
  • Recursos necessários para realização do monitoramento volume chuvas – cinco estações – R$ 15 mil.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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