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Pitbull que circula sem guia gera medo no Bairro Goiás

Foto: Bruno Pedry

Sônia Von Borowski tem três cães e evita passear à noite, quando o dono do animal costuma aparecer, por medo de ser atacada

Da janela do duplex onde mora na Rua Capitão Fernando Tatsch, no Bairro Goiás, em Santa Cruz do Sul, a professora aposentada Sônia Von Borowski, de 57 anos, avista diariamente uma cena que a deixa preocupada. Um homem, na faixa dos 30 anos, circula pelas ruas com um cão da raça pitbull sem utilizar guia. Temendo algum ataque, Sônia evitava passear com seus cachorros à noite, quando o rapaz passa pela via. Na quarta-feira da semana passada, no entanto, por um esquecimento, ela acabou saindo nesse horário e teve um dos seus cães, de 15 anos, atacado pelo pitbull.

“O que eu temia há meses aconteceu. Aquele animal veio correndo por trás de mim e voou no pescoço do meu cachorro. O dono dele, que vinha longe, sequer gritou com o bicho ou pediu para ele parar. Parecia que ia rasgar a garganta do meu cão”, relatou. A professora, que estava com seus três cachorros mais o pinscher de uma vizinha, temia que eles entrassem na confusão, mas nenhum deles se mexeu e o pitbull acabou soltando o cão. “Eu dei muita sorte, porque o meu cachorro não se machucou muito. Mas foi horrível, me tremi toda. Eu gritava para o homem: ‘Olha o que o teu cachorro está fazendo’. Ele só me disse que o cão era bem manso e foi embora”, detalhou.

Com a ajuda de funcionários do posto de combustíveis, Sônia acionou a Brigada Militar naquela noite. De acordo com ela, os policiais chegaram após 20 minutos e procuraram pelo homem e o animal no bairro, mas não os encontraram. Antes disso, a professora já havia ligado diversas vezes para a BM e também para a Guarda Municipal, alertando sobre o risco de o animal circular solto pelas ruas.

“Em uma dessas ocasiões o PM me mandou ligar para a guarda. Quando eu liguei, a pessoa que me atendeu disse que também tinha um pitbull, que eles eram mansos e eu não precisava me preocupar. Eles nunca vieram. Faz meio ano que eu peço ajuda, mas nunca imaginei que o ataque seria com um cachorro meu”, relatou. “Não sei onde começa minha indignação, se é com a polícia que não fez nada ou com esse rapaz que não tem responsabilidade”, desabafou.

O que dizem A BM e a Guarda Municipal
Conforme o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovani Paim Moresco, a Brigada Militar não nega atendimento a nenhum tipo de ocorrência. “Estamos à disposição para atender essas situações. Se for constatada irregularidade, o policial poderá inclusive lavrar um termo circunstanciado contra o dono do animal. Cães de raças que são consideradas mais agressivas e causam medo nas pessoas devem obrigatoriamente usar guia”, comentou.

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Já o coordenador da Guarda Municipal, Estor Iochims, disse que o órgão atende muitos casos envolvendo animais e não tem conhecimento da situação envolvendo Sônia. De acordo com ele, o correto nessa situação seria acionar a Brigada Militar para que fosse lavrado um termo circunstanciado, que é feito quando existe um crime de menor potencial ofensivo. “Se a guarda estiver vendo a situação ou passando pelo local, ela tem o dever de atender, caso contrário deve ser acionado o 190. Existe uma lei estadual que regra essa questão dos cães ferozes e de grande porte. O tutor tem a obrigação de usar guia e até mesmo focinheira em alguns casos, para garantir a segurança de outros animais, dos transeuntes e evitar, inclusive, acidentes de trânsito”, detalhou.

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