A família de Rubi Müller, 55 anos, de Linha Ocidental, interior de Arroio do Tigre tem a piscicultura como principal fonte de renda. Com apenas 10 hectares de terras, eles deixaram de plantar o tabaco e passaram a apostar na criação de peixes e na noz pecã. Os açúdes estão localizados nos fundos da casa, e formam uma paisagem linda junto com as árvores e a natureza. Um dos açúdes, bastante grande, ocupa 2.7 hectares e o outro 1,7 hectares. Ele possui mais cinco tanques onde coloca as sobras para dar continuidade na criação de peixes.
“Deixamos 100% o fumo. É uma atividade que exige muito trabalho. Como já estou na atividade da piscicultura a mais tempo e sei que é rentável, resolvi me dedicar cada vez mais. Tenho peixes de qualidade e minha vendas sempre foram satisfatórias”, disse.
Ele e a esposa Luciane, juntamente com os dois filhos adolescentes, comercializam os peixes na Feira que é realizada todos os anos no município, na Semana Santa. Ano passado vendemos entre dois e três mil quilos de peixe carneado, vivo (campeão de venda), picado e manta. “Vendemos tudo, tanto que não sobrou nada para nós comer”, brincou a esposa. A procura, segundo ele, é maior pelos peixes vivos e grandes.
Rubi contou que a despesca – recolhimento do peixe com redes – é o mais trabalhoso na atividade. “É preciso secar o açude, cuidar a oxigenação e recolher os peixes. Depois são vários dias até prepará-lo para a venda”. A família possui as espécies de carpa capim, húngara, cabeça grande e prateada e tilápia.
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A alimentação dos peixes é realizada com pastagem verde chamado de capim elefante anão, trigo e ração – este apenas para complementar. Todos os dias, próximo ao meio-dia ou logo na primeira hora da tarde ele vai até o local para alimentar os peixes. E o mais interessante é que os chama apenas com o toque da bengala que usa para se locomover. “Tenho todo um cuidado pois a alimentação é importante para a qualidade dos peixes assim como a quantidade que se mantém nos açudes”. Ele também garante que é um terapia. “As vezes fico duas horas. Com o silêncio as carpas vem em grande quantidade se alimentar. É muito bonito de ver uma boca do lado da outra”. Ao todo o agricultor calcula que tem em torno de 12 mil quilos de peixes nos açudes e tanques.
Rubi também plantou 250 pés de noz pecã. Em agosto completou três anos, porém a produção inicia apenas após cinco ou seis anos.
Ele contou que recebeu o incentivo da Secretaria da Agricultura, na época administrada por João Alberto Biancini. “Fui gostando. Tanto que a tendência é encher a propriedade de nozes. Vi que tem futuro. Um pé com cerca de 15 ou 20 anos pode render entre 80 e até 100 quilos. Mas também o pé de nogueira pode durar até 200 anos”, explicou. Ele disse que a planta precisa ser mantida limpa e o cuidado maior é com a formigas. “Tem que cuidar e se dedicar. Tudo que não tiver capricho não dá certo”.
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A família planta ainda milho e feijão, possui uma horta com ampla variedades de verduras e árvores com diversas espécies de frutas. Também possuem cana de açúcar. “Ano passado fizemos 29 baldes de melado e vendemos muito rápido. “Vale a pena investir. Este ano vamos fazer de novo”. A propriedade é assistida pela Emater-RS/Ascar.
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