Puxada pelo desempenho da agropecuária, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 2% em 2019. O resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) foi sustentado pelo primeiro semestre do ano passado. Mesmo com uma desaceleração de 0,3% no quarto trimestre em relação a igual período de 2018, o PIB do RS em 2019 registrou alta acima da do indicador no país, que foi de 1,1%.
O resultado do quarto trimestre de 2019 e o acumulado do ano foram divulgados na manhã desta quarta-feira, 11, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). A retração registrada nos últimos três meses de 2019 foi influenciada principalmente pelo resultado da indústria, que apresentou queda de 3,9%. No período, agropecuária (+3%) e serviços (+1,5%) registram os melhores números. No país, no quarto trimestre, o PIB acumulou alta de 1,7%.
De acordo com os pesquisadores do DEE, o resultado do último trimestre abaixo do restante de 2019 já era esperado. A indústria enfrentou forte desaceleração no período, especialmente o segmento de veículos automotores e o de máquinas e equipamentos, que tinham uma alta base de comparação em relação a 2018. A queda geral só não foi mais significativa por conta dos números da agropecuária no trimestre, tradicionalmente um período de pouco destaque para o setor.
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“A desaceleração em segmentos da indústria com forte representatividade na economia do Rio Grande do Sul já vinha sendo sinalizada pelos indicadores mensais e acabou confirmada. A alta na produção de trigo permitiu minimizar o impacto nos números finais”, destaca o analista pesquisador do DEE, Martinho Lazzari.
Desempenho superior ao do Brasil
Ao considerar os quatro trimestres de 2019, a alta de 2% no PIB foi alavancada pela agropecuária (+6,2%), com destaque para os aumentos das produções de trigo (+30,6%), milho (25,9%) e soja (5,5%). A lavoura de arroz (-14,6%) e a produção de uva (-19,1%) estão entre os destaques negativos.
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A indústria gaúcha (+1,5%) também teve desempenho superior a do Brasil (+0,5%) no ano, com destaque para o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+3,5%) e a indústria de transformação (+1,8%), esta de maior representatividade na economia do Estado. Entre as atividades com maiores altas na indústria de transformação destacam-se a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (13,5%), produtos de metal (8,8%) e couro e calçados (7,6%). Entre as maiores quedas estão a metalurgia (-5,3%), produtos de borracha e de material plástico (-5,3%) e máquinas e equipamentos (-4,2%).
O setor de serviços apresentou alta no Estado similar à registrada no país em 2019 (+1,6% contra +1,3% do Brasil). Todas as atividades do setor registraram desempenho positivo, com destaque para os serviços de informação (+3,8%) e intermediação financeira e seguros (3,0%). No comércio, a performance do Rio Grande do Sul no ano passado foi 0,6%, menor que a do Brasil (+1,8%). Neste segmento, destacaram-se as vendas de tecidos, vestuários e calçados (+8,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+7,5%) e de veículos (+3,4%). Na ponta de baixo ficaram as vendas de combustíveis e lubrificantes (-4,2%) e de livros, jornais, revistas e papelaria (-12,9%).
Perspectivas para 2020
Em valores nominais, o PIB do RS em 2019 foi de R$ 480,577 bilhões, enquanto o PIB per capita foi de R$ 42.246,52, uma alta de 1,5% em relação a 2018. Para 2020, de acordo com a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach, os primeiros acontecimentos do ano podem influenciar o desempenho da economia do Estado.
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“Em função da desaceleração da economia mundial, decorrente dos efeitos do coronavírus e dos prejuízos que o produtor gaúcho terá que enfrentar devido à estiagem dos primeiros meses do ano, o prognóstico para este ano é ainda mais desafiador”, comenta.
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