A economia do Rio Grande do Sul voltou a crescer no terceiro trimestre de 2020, com alta de 12,9% em relação ao trimestre anterior, a maior variação positiva desde o início da série histórica, em 2002, nesse tipo de comparação. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, porém, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) apresentou queda (-4,1%).
No período que vai de julho a setembro de 2020, o Estado superou a taxa de crescimento registrada no Brasil, que foi de 7,7% em relação ao segundo trimestre, e ainda diminuiu a diferença quando a referência é igual intervalo do ano anterior, em que a economia do país teve redução de 3,9%.
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No acumulado de janeiro a setembro de 2020, a queda no PIB do Rio Grande do Sul chega a 8,6%, ante retração de 5% no Brasil. Os resultados da economia no terceiro trimestre foram divulgados nesta sexta-feira, 11, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
“Os números do trimestre mostram uma importante recuperação em relação ao período mais crítico da pandemia, que aqui no Estado coincidiu também com a estiagem. Podemos dizer, no entanto, que é uma recuperação relativa, pois ainda não chegamos ao mesmo patamar em que estávamos ao longo de 2019”, avalia o pesquisador do DEE/SPGG, Martinho Lazzari.
Na base de comparação do terceiro trimestre com o segundo trimestre, os três segmentos que compõem o cálculo apresentaram altas relevantes no Rio Grande do Sul. Mesmo sendo um período de menor movimentação nas atividades ligadas ao campo, a Agropecuária cresceu 39,8% no trimestre, seguida da alta na Indústria (19,7%) e nos Serviços (4,2%).
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Com exceção do setor de Serviços, o Estado teve desempenho superior ao do país. A principal diferença ocorreu na Agropecuária, na qual o Brasil registrou queda de 0,5% no período. Na Indústria, as altas ficaram mais próximas, ainda com vantagem para o Estado (19,7% ante 14,8% do país). Apenas nos Serviços a média do país registrou melhor desempenho (6,3% do país ante 4,2% do Rio Grande do Sul).
Entre as atividades da Indústria, o maior destaque no período foi para o segmento de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com alta de 44,1%, seguida da Indústria de transformação (20%) e da Construção (4,3%). Nos Serviços, houve expansão em seis das sete atividades, puxadas pelo Comércio (6,9%) e por Outros Serviços (6,4%).
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Em relação ao mesmo período do ano anterior, o desempenho do Rio Grande do Sul ficou pouco abaixo no nacional (-4,1% ante -3,9%). Entre as grandes atividades, todas tiveram taxas negativas no Estado, puxadas pelos Serviços (-5,8%), Agropecuária (-4,1%) e Indústria (-1,2%). No Agro, as principais culturas do Estado, soja (-39%) e milho (-26,7%), apresentaram redução de produção, enquanto o trigo teve leve alta (0,6%).
Na Indústria, das quatro atividades, três tiveram variação negativa: Construção (-9,2%), Indústria de transformação (-0,8%) e Indústria extrativa mineral (-1,3%), Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana registrou crescimento de 11,2%.
De maior peso no índice, a Indústria de transformação teve o desempenho negativo puxado pelas atividades de Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-38,2%) e Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,9%). Na outra ponta ficaram a indústria de Produtos do fumo (+28,2%), Produtos de metal (+19%) e Borracha e plástico (+12,1%).
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Nos Serviços, a queda de 5,8% foi consequência da forte redução nas atividades de Outros Serviços (-13,7%), segmento que abrange o setor de eventos, além das quedas na Administração, educação e saúde públicas (-4,5%) e no Comércio (-4,8%).
Entre as atividades comerciais, Hiper e supermercados (+9,3%), Material de construção (+22,7%) e Móveis e eletrodomésticos (+10,9%) foram os principais destaques positivos, enquanto os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-32,8%), Veículos automotores (-12,3%), e Livros, jornais, revistas e papelaria (-36,6%) tiveram baixa.
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