O ex-vereador Alexandre Romano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita de atrapalhar investigações na Operação Lava Jato. Romano foi preso há um mês na 18ª fase da operação, batizada de “Pixuleco 2”, que investigava a empresa Consist, suspeita de ter recebido recursos de desvios de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento.
A denúncia, concluída na sexta-feira, 11, foi feita pela Procuradoria-Geral diretamente ao Supremo Tribunal Federal porque a investigação sobre o caso está ligada à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que tem foro privilegiado. Paulo Bernardo, ex-marido de Gleisi, comandou o ministério até o fim de 2014.
Há três semanas, o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu encaminhar ao Supremo informações para que a corte avaliasse a necessidade de desmembrar o processo. Moro viu indícios de que a senadora seria beneficiária de valores de “possível natureza criminosa”.
Publicidade
De acordo com a denúncia, oito dias antes da deflagração da 18ª fase da operação, Romano foi a um apartamento em São Paulo e retirou provas do local com uma mala de viagem. Ainda segundo o documento, imagens de câmeras de TV mostram o acusado indo ao prédio sem nenhum objeto e saindo com a mala. O apartamento era o endereço formal de duas empresas dele.
O Ministério Público Federal argumenta que Romano, que foi vereador pelo PT em Americana (SP), percebeu que poderia ser alvo da Lava Jato porque na mesma época tinha sido preso Pablo Kipersmit, dirigente da Consist. Detido, Kipersmit apresentou aos investigadores notas fiscais referentes a pagamentos da Consist a empresas ligadas a Romano. Para a Procuradoria-Geral, Romano “teve o evidente intuito de embaraçar a investigação” ao mexer em provas. A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Romano nesta segunda-feira, 14. A senadora petista vem negando envolvimento com o caso.
Publicidade
This website uses cookies.