O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, é uma das sete pessoas presas pela Operação Ouvidos Moucos da Polícia Federal (PF), em cumprimento a mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira, 14, para desarticular uma organização criminosa que desviava recursos destinados a cursos da Educação à Distância da UFSC.
A UFSC, por meio de nota, informou que a instituição foi surpreendida com a prisão do reitor esta manhã. “Em razão da operação da Polícia Federal, executada na manhã desta quinta-feira, 14 de setembro, a Administração Central da UFSC manifesta que foi tomada por absoluta surpresa com a condução do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que no momento está acompanhado pelo Secretário de Aperfeiçoamento Institucional, Luiz Henrique Cademartori, na Superintendência da PF em Florianópolis”.
A nota diz ainda que a vice-reitora, Alacoque Lorenzini Erdmann, está em missão no exterior e, por isso, o pró-reitor Rogério Cid Bastos assumiu interinamente a reitoria. A UFSC ressalta que a administração central da universidade tinha conhecimento dos procedimentos de apuração, conduzidos pela Corregedoria-Geral da UFSC, sobre supostas irregularidades ocorridas em projetos executados desde 2006 e que vinha agindo com “transparência e colaboração” para a apuração dos fatos.
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“Sempre mantivemos a postura de transparência e colaboração, no sentido de permitir a devida apuração de quaisquer fatos de modo a atender as melhores práticas de gestão. Por fim, aguardamos mais informações sobre a operação da PF para apresentar à comunidade universitária e à sociedade os esclarecimentos devidos”, conclui a nota da UFSC.
A Operação Ouvidos Moucos, deflagrada PF em conjunto com Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União, está executando sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão, em endereços em Florianópolis, Itapema (SC) e Brasília. A operação policial tem como foco repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões.
“As investigações começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC”, diz a nota divulgada pela PF. Um dos alvos da ação dos policiais é um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização localizado na região norte de Florianópolis, distante do campus da universidade.
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De acordo com a PF, o nome da operação, Ouvidos Moucos, é uma referência à desobediência reiterada da administração da universidade aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle.
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