Empresários estiveram por trás de bloqueios de cargas em rodovias federais, estaduais e, inclusive, estradas vicinais (sem pavimentação) no Rio Grande do Sul, conforme as investigações da Polícia Federal que deflagrou, nesta quinta-feira, 31, a Operação Unlocked.
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Em coletiva de imprensa, o superintendente da Polícia Federal no Estado, Alexandre Isbarrola, informou que os próprios sócios de transportadoras atuavam nas estradas contra a liberação do tráfego de mercadorias, o que configura locaute. Todos os mandados de busca e apreensão previstos para integrar o primeiro dia da operação já foram cumpridos.
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As primeiras evidências apontam para uma grande transportadora que agia com violência e ameaças aos caminhoneiros, determinando que os veículos fossem recolhidos. Um dos sócios dessa companhia, cujo nome ficou sob sigilo, foi alvo de um mandado de prisão temporária. Se comprovada essa prática, ele responderá pelos crimes de atentado contra a liberdade de trabalho e associação criminosa.
A ação teria como um dos intuitos o desabastecimento das cadeias de grãos e carnes nas regiões serranas. “Tivemos elementos contundentes de que o foco era a interdição de ração, proteína animal e também combustíveis, mas a circulação de todo tipo de carga foi afetada”, acrescentou Isbarrola.
Segundo o superintendente, os motoristas eram obrigados a parar os caminhões e aqueles que não o fizessem ficavam sob ameaça ou sofriam atos de violência nas estradas. Foram abertos alguns inquéritos a partir de denúncias sobre a existência desta prática durante o período em que caminhoneiros protestavam contra tributos e o reajuste nos preços do diesel.
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“O efetivo da Polícia Federal está mobilizado e trabalhando fortemente para a identificação deste e outros fatos que venham a ocorrer para impedir o livre (tráfego) de mercadorias. Vamos identificar e responsabilizar essas pessoas, sendo comprovada a formação de quadrilha ou bando”, afirmou.
Isbarrola disse, ainda, que as investigações da Operação Unlocked devem continuar em inquéritos instaurados em Porto Alegre ou no interior do Estado, a depender da origem das denúncias. “Não estamos revelando números e não poderemos abrir mais informações para não prejudicar as investigações”, que ainda estão em curso, justificou o superintendente.
A Polícia Federal está alinhada com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Civil e também a Brigada Militar para apurar relatos de bloqueio de cargas a mando de empresários.
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