A Polícia Federal (PF) de Santa Cruz do Sul registrou a prisão de seis homens entre a madrugada e a tarde desta segunda-feira, 18. Eles foram trazidos ao município após terem sido flagrados pela Brigada Militar (BM) realizando o transbordo de fardos de maconha de uma carreta para cinco carros, no município de Pouso Novo, no Vale do Taquari.
A apreensão de 841 quilos é a segunda em apenas dez dias de uma grande quantidade de droga, que terá uma investigação traçada pela PF de Santa Cruz do Sul, após a delegacia ter recebido a segunda maior carga de maconha da história do Rio Grande do Sul, de 5.830 quilos, no último dia 8.
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Ainda por volta das 23h30 de domingo, a BM de Pouso Novo obteve a informação sobre movimentação suspeita de uma mercadoria ainda não identificada a partir de um caminhão Scania, bitrem, para cinco carros, em um estacionamento de um minimercado do município com pouco mais de 1.800 habitantes.
Ao checar a informação, os policiais militares flagraram o crime e realizaram a abordagem. Um dos seis envolvidos conseguiu fugir para uma área de mata. Já o caminhoneiro e os outros quatro motoristas que estavam nos carros foram presos em flagrante. Quatros dos cinco automóveis utilizados haviam sido locados pelos criminosos para a ação, e um era de propriedade particular de um deles.
Os 31 fardos de maconha, que totalizaram 841 quilos, foram apreendidos. Eles estavam ocultos na carga de 38 toneladas de milho do caminhão bitrem, com placas de Pelotas, que possuía como destino uma empresa de ração para aves, no município de Montenegro. Todos os veículos foram levados por um guincho lotado junto ao Detran para um depósito no município de Fontoura Xavier.
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Sétimo envolvido tentou auxiliar indivíduo que fugiu
A droga e cinco presos chegaram em Santa Cruz do Sul às 2h30 e foram apresentados ao delegado Élton Manzke. O motorista do Scania tem 42 anos e é natural de Canguçu, mesma cidade onde a proprietária do caminhão reside. “A participação dela também vai ser checada”, disse Manzke. Em depoimento ao delegado santa-cruzense, o caminhoneiro relatou que receberia R$ 10 mil pelo transporte da droga.
Os outros presos apresentados na madrugada são todos da região metropolitana de Porto Alegre. Três são da capital, sendo dois com 31 anos e um com 33. Um outro participante que estava em um dos automóveis é de Alvorada e tem 21 anos.
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Ainda durante a manhã, por volta das 9 horas, a Polícia Civil conseguiu capturar o homem que havia conseguido escapar na abordagem no estacionamento do minimercado, bem como um outro indivíduo que estaria tentando auxiliar o mesmo na fuga. Ambos foram trazidos também a Santa Cruz do Sul na tarde. O homem que havia conseguido escapar e foi capturado posteriormente tem 26 anos, e é de Viamão.
O sétimo envolvido é motorista de aplicativo em Porto Alegre e tem 36 anos. Ele foi ouvido e não indiciado neste momento, mas ainda será investigado. “Vamos avaliar a participação dele na sequência da investigação e verificar se há comprovação desse envolvimento no esquema criminoso”, afirmou o delegado Élton Manzke.
Os seis presos irão responder pelo crime de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico de drogas. Devido ao flagrante ter sido realizado em Pouso Novo, eles foram encaminhados ao Presídio Estadual de Lajeado. A investigação iniciada pela Polícia Federal de Santa Cruz do Sul buscará identificar de forma precisa a origem da droga, o remetente e o destinatário.
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Suspeita é de que carregamento alimentaria uma das maiores facções do RS
Sete telefones celulares também foram apreendidos pela Polícia Federal e serão periciados. “Já solicitei a quebra de sigilo dos dados telefônicos, que irão fornecer elementos como contatos realizados, locais onde passaram e toda a movimentação, configurada a partir de um volume muito grande de drogas e do dinheiro envolvido”, disse Manzke.
Sabe-se, porém, que as drogas têm origem no Paraguai e foram transportadas para o Brasil. O carregamento do milho, por sua vez, foi realizado em Naviraí, Mato Grosso do Sul, cidade que fica a 205 quilômetros de Ponta Porã, município que possui fronteira seca com a cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
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“As características desse fato se assemelham às mesmas que identificamos em abordagens recentes, onde um material ilícito é carregado em uma carga regular de cereais e é transbordado para outros veículos, que o leva aos criminosos, sendo que a carga correta, por fim, chega ao ponto final que havia sido destinado. Em tese, esse modus operandi dá certo e dificulta muito o trabalho da polícia quando não se tem uma informação mais privilegiada”, explicou Manzke.
O contratante dos transportadores que estavam nos automóveis é de Porto Alegre. A suspeita é de que os entorpecentes seriam para alimentar o estoque de drogas de uma das maiores facções do Rio Grande do Sul.
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