A Polícia Federal apreendeu na quinta-feira, 26, em Recife, R$ 373 mil em espécie na casa da auditora fiscal e ex-conselheira do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) Mércia Trajano. Ela foi alvo de nova fase da Operação Zelotes, sob suspeita de receber propina para favorecer a siderúrgica Paranapanema em julgamento ocorrido em 2014 no órgão – espécie de tribunal que avalia recursos de contribuintes a autuações da Receita Federal.
Para a Zelotes, a apreensão da quantia reforça as suspeitas de que a ex-conselheira se financia por meio de corrupção. A empresa se livrou de um débito de R$ 650 milhões, em valores atualizados, com o provimento de um recurso no Carf. Os votos de ao menos três dos cinco conselheiros que participaram da sessão teriam sido comprados.
O inquérito sobre o caso diz que os recursos para corromper conselheiros teriam partido de um contrato de R$ 8 milhões, firmado pela Paranapanema com a empresa Kaduna Consultoria, do economista Roberto Giannetti da Fonseca. Ligado ao PSDB, ele era um dos coordenadores da campanha do ex-prefeito João Doria ao governo paulista, mas, com a operação, renunciou à função. A reportagem não localizou Mércia ou algum de seus representantes nesta sexta-feira, 27.
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