Um desejo comum a todos os tutores de cachorros talvez seja ver o seu pet feliz. Como os cães não falam, entretanto, muitas pessoas podem se confundir quanto aos sinais de felicidade. A gerente do Jardim dos Cães, Francine Camara Kaercher, que há dez anos trabalha com comportamento canino, diz que é comum confundir agitação com felicidade.
Conforme explica, segundo a ciência, ainda não foram identificados sinais corporais nos cães que indiquem felicidade. Um simples abanar de rabo, que para muitas pessoas significa alegria, pode significar estresse, uma lambida pode representar ansiedade, virar de barriga para cima pode simplesmente indicar medo. “Não há critérios para medir a felicidade, mas os parâmetros para medir a tristeza são muito claros. Por isso, se considera que a ausência de parâmetros de tristeza seja característica de felicidade”, acrescenta.
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Francine destaca que a felicidade do cão está intimamente ligada com o seu tutor, principalmente por ser ele o único responsável por seu bem-estar. “O cão é totalmente dependente da sua família para toda e qualquer atividade, então cabe à família proporcionar atividades que elevem seu bem-estar. Outro fato interessante que pode incentivar os tutores a ajudarem seus cães a serem mais felizes é que estudos mostram que eles refletem os níveis de estresse dos seus tutores. Ou seja, se você está estressado, seu cão também estará.”
“Um dos pontos cruciais para entendermos a origem dos problemas comportamentais nos cães e tanta dificuldade de nos fazermos ser compreendidos por eles está na falsa ideia que criamos sobre a socialização desses animais”, responde Francine. Segundo ela, as pessoas estão acostumadas a acreditar que os cães interagem e convivem diante das mesmas regras que a espécie humana. Talvez isso tenha relação com a dificuldade do ser humano em conviver com as diferenças. Assim, existe a intenção, mesmo inconsciente, de aproximar o animal daquilo que se considera o mais perfeito ou mais evoluído: o humano e as relações humanas.
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E ela acrescenta: “A ideia que fazemos de socialização e a falta de comunicação clara geram o desequilíbrio no comportamento dos cães. A insistência humana em tornar os animais capazes de entender a qualquer custo nossa organização social os distancia cada vez mais da verdadeira essência deles. Devemos lembrar que somos animais de espécies diferentes e temos necessidades diferentes. Cabe a nós, seres racionais da relação, entendermos melhor a necessidade dos nossos amigos de quatro patas. Todo tutor deveria buscar entender um pouco mais sobre comunicação canina e as necessidades básicas da espécie que está levando para sua casa, assim teríamos relações muito mais saudáveis e felizes para ambos.”
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“Ou seja, quanto mais desses comportamentos disfuncionais o cão apresenta, mais baixo está o seu nível de felicidade”, garante a profissional.
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