Diante de prejuízos recordes e de um forte aumento em seu endividamento, a Petrobrás substituiu, nos últimos anos, sua política expansionista do início desta década por um movimento de fortes cortes de custos. Isso inclui a redução do total de profissionais da companhia, com impacto bem maior no pessoal terceirizado.
Como os profissionais concursados têm direito à estabilidade no emprego, a companhia teve de recorrer a programas de desligamento voluntário para reduzir este contingente. Conseguiu diminuir, em três anos, seu quadro de contratados em 20%. No fim de 2013, a companhia tinha 86.111 funcionários no Sistema Petrobrás, número que caiu a 68.829 em dezembro do ano passado.
Segundo a Petrobras, o Plano de Negócios e Gestão atual da companhia prevê o corte de gastos operacionais e a readequação de seus investimentos. A empresa também vem fazendo um programa de desinvestimentos. Em 2016, vendeu, por exemplo, seu negócio de gasodutos à canadense Brookfield, por US$ 5,2 bilhões. A petrolífera se prepara para se desfazer do controle da BR Distribuidora, dona de postos de combustíveis, e de outros ativos.
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A empresa afirmou que seus programas de desligamento já resultaram na saída de 14.241 empregados, segundo dados atualizados até abril deste ano. “A redução do número de empregados está no contexto de ajustes que estão sendo feitos pela Petrobrás para redução de seu endividamento, o maior entre empresas da indústria de petróleo e gás no mundo”, explicou a companhia. “O contexto econômico mundial e do setor também reflete na estratégia da companhia. É incorreto associar a redução dos empregados direta e unicamente à Operação Lava Jato “
Proporção
Embora tenha restrições para reduzir seu quadro de funcionários concursados, a empresa tem total liberdade para cortar os terceirizados – contingente que, nos últimos anos, compôs a maior parte de seu quadro de colaboradores. Em dezembro de 2013, segundo dados enviados pela própria companhia, havia quatro terceirizados para cada funcionário próprio, ou um total de 360.180 trabalhadores. A Petrobrás concentrou a maior parte de seus cortes nos funcionários terceirizados. Em dezembro do ano passado, a empresa tinha 117.555 terceirizados, ou 1,7 para cada colaborador próprio.
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A companhia informou ao Estado que mudou sua metodologia de contabilização dos funcionários terceirizados, excluindo, a partir de dezembro de 2015, os trabalhadores que atuam fora de suas instalações próprias da conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.