“Pessoas vacinadas internam quase zero”, diz infectologista

Reforçando um discurso que vem sendo repetido desde janeiro, quando teve início a vacinação contra a Covid-19, o médico infectologista Marcelo Carneiro pediu mais uma vez que a população procure se imunizar assim que tiver a oportunidade. Em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback no programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9, Carneiro também enfatizou que as pessoas não devem escolher vacina e nem ter medo dos efeitos colaterais.

O médico lembrou que o objetivo principal da vacina é evitar casos graves da doença, que possam ter como desfecho internação em UTI e óbito, e depois evitar a disseminação do vírus. Para as pessoas que optam por esperar ou mesmo por não se imunizar, Carneiro explica os riscos. “Ainda existem pessoas esperando, achando que dá para aguardar mais um pouco, escolhendo o momento. Não dá para esperar o momento, o risco de morte é real, o risco de internação na UTI é real.”

Em relação às internações, o infectologista garante que no Hospital Santa Cruz (HSC), onde ele atua, o número vem caindo e o perfil dos internados acompanha a faixa etária dos ainda não vacinados. “Já conseguimos perceber que tem diferença. Pessoas vacinadas internam quase zero. Pessoas não vacinadas têm um risco maior de doença grave, especialmente os mais jovens e os obesos.”

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Ainda sobre as vacinas, Carneiro destacou que a capacidade de proteção delas está diretamente ligada à quantidade de vírus que circula nos ambientes. Por isso é tão importante que a população continue obedecendo aos protocolos de segurança e, principalmente, cuidando o distanciamento social, para ajudar a evitar a disseminação. “Nem a melhor vacina consegue ser tão protetora quando tem muito vírus, porque a exposição viral é muito alta. Se eu diminuir a exposição, a minha vacina vai ter uma proteção maior, independente de qual delas seja”, completou o médico.

Fim das restrições ainda pode estar longe
Sobre o alívio nas restrições, como liberação das aglomerações e suspensão do uso de máscaras, Marcelo Carneiro explicou que isso depende de vários fatores e não se pode considerar somente a situação do município ou da região. “Não adianta nós, como região, estarmos 100% cobertos se o Estado não estiver, se o Brasil não estiver.” Conforme o médico, de nada vale um local específico estar com a vacinação avançada e a transmissibilidade baixa se a população se desloca para outros pontos onde a situação ainda é grave. “Se não saíssemos de Santa Cruz, com qualquer 70% (de cobertura vacinal) nós estaríamos livres, mas não é o que acontece.”

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