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CONTRAPONTO

Pessimismo e otimismo

Pessimismo. Seja em volume, variedade temática e divulgação, nunca foram tantas as oportunidades de acesso a educação e escolarização, ao saber e à cultura.

O conhecimento acumulado acerca da existência e da convivência humana (e do meio-ambiente, por exemplo) é fantástico e imenso. A racionalidade e a ciência prosperam e asseguram uma vida melhor.

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Porém, a receptividade, a compreensão, o estabelecimento e o desenvolvimento dessas mensagens ainda dependem do esforço e do empenho pessoal.

Daí que assistimos e vivenciamos uma incrível contradição. Nunca foi tão grande o número de pessoas e grupos (com)partilhando argumentos e explicações simplistas, erradas e idiotas.

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Sem restrições e sem constrangimentos, há uma naturalidade na propagação da ignorância, da mistificação e de preconceitos. Como se houvesse uma genialidade natural, uma geração espontânea do saber!

Otimismo. Uma questão que perdura, principalmente quando há um certo sentimento de desesperança, diz respeito acerca do quanto exercitamos ou não comportamentos socialmente éticos e solidários.

Precipitadamente, esse questionamento decorre de uma dita preponderância do individualismo, do egoísmo e do cinismo.

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Todavia, em contraponto ao pessimismo, “as coisas” não parecem ser exatamente assim. Paradoxalmente, crescem e são imensos os movimentos sociais em defesa de uma ética pública, notadamente relacionada aos direitos humanos, aos negócios e à política.

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O mesmo ânimo e ativismo também percebemos na defesa das demandas ambientais, por relações equilibradas de produção e consumo, e por ações humanitárias.

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Então, o fato de realmente sermos/estarmos mais individualistas, preocupados com (a beleza de) nosso corpo e o prazer, por exemplo, ocupados em ganhar dinheiro e consumir, não significa necessariamente que sejamos omissos e insensíveis às questões gerais de interesse da sociedade.

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Possivelmente, a resposta para essa hipotética contradição esteja no fato de que o que realmente mudou foi o modo de agir, as formas de atuar, reivindicar e protestar.

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E, sem dúvida, são os modernos meios de comunicação e informação que viabilizam as novas formas de mobilização e ação. Principalmente porque são movimentos não hierárquicos!

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