Categories: Astor Wartchow

Pessimismo circunstancial

Ilude-se quem pensa que o simples e direto processo político-eleitoral, ainda que democrático e legítimo, possa restabelecer e garantir um ambiente promissor.

A degradação da representação política, a contínua desmoralização do Poder Judiciário (vide comportamento de ministros do STF), a recessão da economia e o sentimento de frustração e desesperança popular serão um ambiente propício aos demagogos e populistas habituais e de plantão.

Ambos realizam mais estragos do que benfeitorias. Regra geral, não têm rigidez e vocação ideológica. Em qualquer circunstância e viés, sempre serão personalistas.

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Raramente têm práticas de gestão e qualidade duradouras. São governos efêmeros. É a “vitória” do curto prazo sobre o longo prazo, o “triunfo” do superficial em detrimento do essencial e estrutural. Nosso desafio não será apenas escolher o melhor candidato e presidenciável possível. Será afastar e superar o risco do populismo.

Haverá renovação parlamentar? As atuais pesquisas eleitorais indicam a hipótese de altíssimo número de abstenções, votos brancos e nulos.  A se manter e confirmar essa tendência, a renovação parlamentar não ocorrerá.

A dificuldade dos novos e “desconhecidos” candidatos não será apenas financeira e logística. Afinal, como demonstrar o que vem a ser o novo? Como garantir que procederá de modo diferente? Mas o mais grave diz respeito à não administração e utilização democrática e equitativa dos recursos financeiros milionários do Fundo Partidário.

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Confirmam-se as informações que dão conta da concentração dos recursos em benefício dos atuais parlamentares e em detrimento dos novos candidatos. Costumeiramente continuístas e de rara transparência, as direções partidárias pouco farão pela renovação político-parlamentar, tão reclamada pela população.

Solução e alternativa aos novatos? Na suposição de que a população esteja de fato cansada dos parlamentares e atitudes dos tradicionais partidos, restaria aos novos partidos investir no voto de legenda.     
        
Bolsonaro

Sua repentina popularidade é reflexo e efeito colateral do populismo, irresponsabilidade e corrupção  dos recentes governos.  

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Respeitadas as opiniões e razões dos seus atuais simpatizantes e prováveis eleitores, acredito, todavia, que sua candidatura “derreterá” paulatinamente. Não creio que vá ao segundo turno.

Faltam a Bolsonaro conteúdo e qualidade. Palavras de ordem e efeito genérico não fazem um líder, que dirá um presidente da República.

Ou não aprendemos com o fenômeno Collor de Mello?

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