O aproveitamento do tabaco para produção de biocombustíveis vem mobilizando diferentes frentes, no campo e no meio acadêmico. O mestrado em Tecnologia Ambiental da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) desenvolve pesquisas que utilizam todas as partes da planta, como sementes, folhas e caule. Um dos trabalhos é a dissertação do mestrando Leonardo Anacker, que prevê a utilização do caule do tabaco para produção de etanol. O resíduo pós-colheita, que geralmente é incorporado ao solo pelos agricultores, tornou-se a matéria-prima do estudo nos últimos dois anos.
Conforme a professora Rosana de Cássia de Souza Schneider, o caule do tabaco é rico em fibras, que ao serem processadas dão origem ao etanol. As pesquisas foram conduzidas apenas em escala laboratorial, mas a intenção é expandir os testes. A docente antecipa que já existe a planta piloto de um equipamento para realizar testes em uma proporção maior. A ferramenta, que foi desenvolvida dentro da pesquisa do mestrando, ainda precisa de verba para sair do papel. “Sabemos que é viável tecnologicamente”, argumenta.
Rosana destaca a importância de se estudar biomassas alternativas, pois muitas vezes a matéria-prima pode estar próxima. “Os resíduos agrícolas precisam de mais estudos para dar novos rumos e oportunidades aos agricultores”, defende. No caso da produção de etanol a partir do caule do tabaco, a pesquisa conseguiu 0,33 grama de combustível por grama de biomassa (caule moído e seco). A professora comenta que hoje ainda é preciso verificar aspectos como viabilidade econômica e impacto na lavoura, mas que o trabalho inicial confirmou a potencialidade de uso das sobras da colheita, abundantes nas propriedades fumicultoras do Vale do Rio Pardo.
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