Deepfake é uma técnica de computação para edição de mídias digitais, de forma a tornar o resultado final bem diferente do arquivo original, mas altamente convincente. Podem ser alteradas vozes, movimentos labiais e traços faciais, para dar alguns exemplos, tudo com auxílio de Inteligência Artificial Generativa.
Caso o leitor busque deepfake no YouTube, aparecerão centenas de vídeos. Um dos primeiros listados no meu dispositivo móvel mostrava o Jornal Nacional sendo “apresentado” por Sílvio Santos, ainda que a voz siga sendo a de William Bonner.
Não há problema algum no deepfake quando for criado para ser um produto engraçado e não ofensivo. Vale lembrar, o Brasil é o terceiro país com mais consumidores de rede social no planeta e o campeão no sentido de criação e compartilhamento de memes.
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Uma das épocas em que fervem as redes sociais é nas eleições. Em outubro, o Brasil terá eleições municipais e, possivelmente, deepfakes circularão pelos celulares dos eleitores, que devem desconfiar de absurdos que porventura recebam e, se necessário, pesquisar para conferir a veracidade de algumas informações.
Ainda não há lei que regulamente o uso da Inteligência Artificial e das plataformas de redes sociais, nem tampouco diretrizes para o responsável da tecnologia no Brasil (torço para que a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD – venha a ser aprimorada para alcançar o status de Código de Tratamento e Transmissão de Dados).
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Na Nigéria, tal providência foi tomada após as eleições presidenciais de 2021, oportunidade em que foram disseminadas tantas desinformações que a campanha do candidato da situação teve como prioridade o estímulo da abstenção dos eleitores. O mundo voltou a assistir a esse filme no começo de 2024, quando um vídeo editado pela Inteligência Artificial mostrava o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, pedindo para que os eleitores “guardassem” seus votos para as eleições de novembro.
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No caso estadunidense, o deepfake circulou às vésperas das eleições primárias, sendo imperativo que a Casa Branca emitisse um comunicado informando que o vídeo causador de um rebuliço nacional não havia sido gravado por Joe Biden. Mesmo com a ação rápida do Poder Executivo, certamente a desinformação já havia feito seu estrago nas terras do Tio Sam.
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Extremo cuidado deve ser tomado por candidatos e eleitores nas próximas eleições. Os políticos devem se precaver e estar preparados para desmentir um deepfake que pode mudar o resultado de uma eleição. Quem vota, por sua vez, deve checar a veracidade do que recebe, garantindo que teve acesso à informação responsável.
Será vital para nossa democracia pesquisar para crer.
*Escrita por Rudolf Genro Gessinger
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