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História

Pesquisadores descobrem o mais antigo dinossauro carnívoro

Foto: Divulgação

Paleontólogo Sergio Cabreira junto ao crânio, que tem 35 centímetros de comprimento

Pesquisadores do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), anunciaram nesse domingo, 10, a descoberta do mais antigo dinossauro carnívoro. O fóssil foi encontrado em rochas sedimentares do período Triássico Tardio, na cidade de São João do Polêsine, e sua idade foi estimada em aproximadamente 233 milhões de anos.

O fóssil recebeu o nome de Gnathovorax cabreirai e pertencia à família dos dinos Herrerassaurídeos. Esse grupo de importantes predadores primitivos estaria enigmaticamente relacionado à origem dos primeiros dinossauros encontrados no hemisfério sul. Anteriormente, os fósseis mais importantes de Herrerassaurídeos haviam sido localizados em rochas do Vale da Lua, no noroeste da Argentina, e descritos no começo da década de 1990. Porém, o esqueleto fossilizado do herrerassauro brasileiro é o mais completo e mais bem preservado descoberto no mundo até hoje, o que permitiu a realização de estudos mais abrangentes.

A equipe da UFSM, formada pelos paleontólogos Cristian Pacheco, Rodrigo Müller, Max Langer, Flávio Pretto e Leonardo Kerber, publicou a notícia na revista científica Peer J. O dinossauro recém-descoberto recebeu o nome genérico Gnathovorax cabreirai, que reúne os termos “Gnathos” – mandíbula – e “vorax”, fazendo referência ao fato de que seus dentes curvos e serrilhados seriam apropriados à predação e à alimentação carnívora. Segundo o paleontólogo Cristian Pacheco, o nome específico “cabreirai” foi uma homenagem ao paleontólogo brasileiro Sérgio Furtado Cabreira, que descobriu o fóssil enquanto acompanhava uma expedição de campo com os pesquisadores do Cappa, em 2014.

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De acordo com os pesquisadores, o Gnathovorax cabreirai teria um crânio de 35 centímetros de comprimento e todo o seu esqueleto mediria 3 metros de comprimento. Apesar de bem menor em comparação com os famosos predadores do Jurássico ou Cretáceo, eles observam que foi um dos maiores carnívoros dentro do ambiente onde vivia. Segundo os paleontólogos, os restos foram encontrados juntamente com outros fósseis de rincossauros e um pequeno crânio isolado de um cinodonte triássico, situação que ajuda a estabelecer uma melhor compreensão a respeito da fauna que existia na época.

Sérgio Cabreira salientou que os fósseis foram carregados por uma enchente e depositados rapidamente, o que explica o fato de o esqueleto do dinossauro aparecer quase completo. Ele sugere que a descoberta do Gnathovorax coloca a paleontologia brasileira e a Região Central do Rio Grande do Sul como protagonista internacional nos estudos sobre a origem e evolução dos primeiros dinossauros. Agora, o esqueleto bem preservado do Gnathovorax cabreirai encontra-se depositado nas instalações do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica, extensão da UFSM, localizado em São João do Polêsine.

Cappa/Divulgação/GS

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