A pesquisa de doutorado do professor santa-cruzense João Henrique Quoos mostra que é possível entender sobre relevo, morros, rios e as características geológicas do território de uma forma muito mais fácil. Do ponto de vista do ensino, o uso de recursos tecnológicos, na criação de mapas que podem ser virtuais ou em terceira dimensão, exibe o estudo da superfície da Terra sob outro ângulo, muito mais fácil. Já no campo do turismo, a Geografia revela novas rotas e possibilidades a locais que não têm fama junto aos grandes destinos de visitação.
Quoos dedica-se ao estudo do geoturismo. Suas idas para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde ele cursa o doutorado em Geografia, serviram inclusive de inspiração. De tanto ver o Morro Botucaraí, ele aplicou o conhecimento científico para criação de uma maquete que reproduz em escala reduzida o maior morro isolado do Rio Grande do Sul. A peça, confeccionada em madeira, é uma das ferramentas para desenvolver o turismo local. “Usamos o levantamento que a Nasa faz da superfície terrestre para aplicar na réplica”, detalhou.
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A produção do souvenir custou em torno de R$ 35,00 e ele pode servir como uma das atrações para desenvolver o turismo em Candelária, por exemplo. “O geoturismo é isso. É a valorização da geografia local, tornando o espaço um produto a ser explorado. É uma oportunidade aos territórios nos quais não existem características tradicionais, usadas como atrativos ao turismo”, disse Quoos.
O objeto de estudo do pesquisador é a geografia de Garopaba, em Santa Catarina, onde ele dá aula em um Instituto Federal (IFSC). No entanto, a aproximação dele com a região – por conta da casa de familiares no Bairro Independência e o mestrado feito em Santa Maria – traz para perto de Quoos a geografia local. “O conceito do geoturismo é da década de 1990. A aplicação dele ajuda na criação de novos atrativos e alternativas ao desenvolvimento das comunidades”, contou.
Um dos projetos acompanhados por ele foi a criação do mapa geoturístico da região da Quarta Colônia. A geografia da área, localizada no Centro do Estado, próxima a Santa Maria, permitiu a criação de um roteiro que desvenda uma rota com atrações com a memória da terra, como fósseis e formações geológicas milenares. O Geoparque da Quarta Colônia é desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria e mapeou 24 pontos turísticos a serem explorados na região.
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Os dias de trabalho em home office de Quoos são compartilhadas com o filho João Pedro Overbeck Quoos. Aos 9 anos, o menino até ajuda o pai no trabalho. “Como é que chama mesmo aquilo que tu tens pai? Ele não enxerga a cor verde”, confidencia João Pedro. O herdeiro orienta o pai – daltônico – na criação de mapas e materiais geográficos, na cor verde, que não é identificada por quem tem daltonismo.
Na esteira de criações cartográficas de Quoos estão mapas que reproduzem o relevo até de Santa Cruz do Sul. As peças, que podem ser virtuais ou recortadas em E.V.A., tornam o aprendizado mais próximo do aluno. O exemplo de João Pedro é o mais perto dele. Sobre a mesa com mapas e materiais pedagógicos, o filho dá aula e explica direitinho o que é cada linha sobre o mapa.
Os materiais desenvolvidos pelo pesquisador podem ser usados por qualquer instituição. Tanto os mapas e protótipos educativos quanto o desenvolvimento de maquetes – como a do Botucaraí, elaborada pelo pesquisador – podem ser reproduzidos. A miniatura do Cerro, inclusive, tem possibilidade de ser feita em escala maior, por uma empresa especializada no corte e impressão em 3D em Santa Cruz do Sul.
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