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Pesquisador e escritor santa-cruzense recupera façanhas dos expedicionários

O embarque dos pracinhas no porto do Rio de Janeiro, para a jornada da FEB na Itália

Um dos feitos militares mais importantes na história completa 80 anos. Por essa mesma época do ano, em 1944, soldados de todas as regiões do País estavam mobilizados na Força Expedicionária Brasileira (FEB), contingente convocado e treinado para lutar ao lado dos Aliados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Em meio a mais de 25 mil pracinhas, como os combatentes foram carinhosamente nomeados, muitos gaúchos e, entre eles, dezenas que haviam sido mobilizados a partir de Santa Cruz do Sul.

Quem recupera, de forma muito original, as façanhas dos expedicionários é um pesquisador e escritor santa-cruzense. O militar Sirio Sebastião Fröhlich, hoje radicado em Brasília, dedicou vários anos a investigar as circunstâncias e os feitos da participação da FEB no maior conflito bélico já registrado, que opôs a Alemanha de Hitler e seus parceiros do Eixo (notadamente a Itália, de Mussolini, e o Japão) aos Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, Rússia e, claro, o Brasil, entre outros).

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Um primeiro resultado de suas pesquisas foi o livro Longa jornada: com a FEB na Itália, lançado em 2011. Posteriormente, determinou-se a compreender mais e melhor a presença militar brasileira na Europa (a primeira e única incursão do gênero protagonizada por uma nação sul-americana na história). Para tanto, privilegiou o cunho social, recolhendo depoimentos de ex-combatentes, das mais diversas patentes. Com a iniciativa, reuniu algumas das últimas manifestações documentadas de dezenas de soldados, uma vez que, pela idade em que se encontravam, a maioria hoje é falecida.

Ficha:



Esses valiosos depoimentos foram organizados por Fröhlich no livro Vozes da Guerra, lançado pela Biblioteca do Exército (BibliEx), no Rio de Janeiro, em 2015. A partir das conversas, detalhou as sucessivas etapas, desde as tomadas de decisão até a mobilização, o engajamento, o transporte, o treinamento, a viagem até a Itália e, principalmente, a evolução das operações no campo de batalha. O leitor é levado a se sentir no calor dos combates e partilha dos sentimentos dos expedicionários, da angústia e do medo à determinação e à bravura mundialmente reconhecidas.

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Além de ouvir pracinhas, Sirio fez mais: em movimento surpreendente e louvável, foi à Itália e percorreu os ambientes nos quais os decisivos combates ocorreram, e onde centenas de brasileiros perderam a vida, bem como milhares foram feridos. Cidadãos italianos, ouvidos por Fröhlich, corroboram o relato de que os brasileiros se diferenciaram pela bravura e, mais ainda, pela forma humana e solidária como interagiram com o sofrido povo italiano desalojado pela guerra.

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Mais de 25 mil brasileiros estiveram lá

A participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), ao lado dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial, constitui uma das passagens mais marcantes e honrosas entre todas as ações internacionais alguma vez empreendidas ou lideradas pelo Brasil. Afinal, depois da decisão de, efetivamente, declarar guerra à Alemanha nazista e às outras forças do Eixo, em território nacional houve uma mobilização gigantesca de militares e voluntários a fim de representar o País nas frentes do conflito. Isso se daria em território italiano, em auxílio e em substituição ao avanço das tropas norte-americanas ali estacionadas.

Soldados brasileiros em meio a operações na Itália, com o Monte Castelo no horizonte

Como recorda Sirio Sebastião Fröhlich, entre os dias 2 de julho de 1944, quando partiu o 1º escalão do Rio de Janeiro, e 22 de fevereiro de 1945, quando o 5º e último escalão desembarcou no porto de Nápoles, nada menos do que 25.334 homens e mulheres, em nome do Brasil, cruzaram o Atlântico. E entre 16 de setembro de 1944 e 2 de maio de 1945, os brasileiros atuaram como protagonistas em ações de combate. Do contingente, nada menos do que 465 expedicionários perderam a sua vida em solo italiano.

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Mais do que estar no teatro de operações do maior conflito bélico mundial já registrado, para os pracinhas brasileiros a provação era ainda maior. Afinal, a maioria dos soldados, oriundos que eram de estados situados em região tropical, pela primeira vez se depararam com temperaturas abaixo de zero e com neve. A esse fator se acrescia a necessidade de lutar contra um adversário muito bem preparado, estabelecido em um terreno inóspito. Mas o Brasil saiu-se muito bem, a ponto de ter merecido amplos elogios internacionais.

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