Com apenas 33 anos de idade, o pesquisador candelariense Joel Ellwanger foi indicado como um dos mais influentes do mundo em sua área de atuação. Seu nome figura na lista lançada anualmente pela Universidade Stanford, uma das mais importantes dos Estados Unidos. Esse reconhecimento é o ponto alto de uma formação que teve início em 2006, quando Joel ingressou no curso de Nutrição da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
Ele revela que, desde criança, tinha vontade de trabalhar com pesquisa científica. Durante a formação em Nutrição confirmou e expandiu esse gosto para as Ciências Biológicas, área que contemplava de forma mais completa os interesses acadêmicos dele. Assim, em 2011, um ano após a formatura, Joel matriculou-se na segunda graduação, conciliando-a com o trabalho no laboratório de Histologia e Patologia da Unisc.
Mais experiente e aplicando os conhecimentos na prática, em 2013 Joel iniciou o mestrado em Biologia Celular e Molecular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), conciliando estudos, trabalho e família em três municípios diferentes: Santa Cruz do Sul, Candelária e Porto Alegre. Esse período, considerado “intenso”, durou até 2015, quando a pós-graduação foi concluída e veio a seleção para o doutorado em Genética e Biologia Molecular, também na Ufrgs, em primeiro lugar.
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Já com o título de doutor, em 2019 Joel Ellwanger foi aprovado no Programa Nacional de Pós- Doutorado (PNPD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Desde então, ele desenvolve pesquisas no Departamento de Genética da Ufrgs, nas áreas de genética e ecologia de doenças infecciosas e parasitárias.
Com a disseminação da Covid-19, Joel foi convocado para auxiliar nas testagens realizadas na Ufrgs por um curto período. Apesar de não estudar o coronavírus, o pesquisador afirma que a pandemia se desenrolou de forma muito similar à prevista nas publicações científicas. Diante disso, ele diz ter sido frustrante ver ações de prevenção e controle de doenças já conhecidas e afirmadas serem ignoradas pelas autoridades. “Essas atitudes anticiência tiveram um impacto direto na saúde pública brasileira e muitas pessoas morreram em decorrência delas”.
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Para Joel, a pandemia mostrou à sociedade, mais uma vez, o papel fundamental exercido pela ciência. “É a pesquisa científica que permite o desenvolvimento de vacinas, novos tratamentos e a elaboração de protocolos de prevenção e contenção de doenças”. Ele lamenta a situação atual vivida no Brasil, cujos investimentos na área vêm sendo constantemente reduzidos.
Em relação ao futuro, Joel Ellwanger projeta que a humanidade deve enfrentar novas pandemias em função da degradação do meio ambiente. “Caso os cenários de negligência ambiental e de exploração da vida selvagem não sejam revertidos, novos patógenos e pandemias certamente surgirão”, alerta. A solução passa por intensificar as ações de prevenção e conservação ambiental, deixando os patógenos (organismos capazes de transmitir doenças) longe das populações humanas.
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