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ECONOMIA

Pesquisa mostra otimismo na indústria gaúcha; veja os números

Foto: Inor Assmann/Banco de Imagens

Setor que movimenta a região, a indústria da transformação do tabaco, tem representado expressiva contratação

O setor industrial gaúcho está atento ao desempenho da economia e parece projetar melhores resultados para o Estado. Pelo menos isso é o que mostra a Sondagem Industrial do RS, apresentada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os empresários descreveram um cenário positivo, com expansão da produção, da geração de empregos, que não crescia desde setembro de 2022, e menor ociosidade da capacidade instalada.

O dado negativo foi em relação aos estoques, com maior acúmulo nas empresas. Para os próximos seis meses, no entanto, as perspectivas são otimistas, com projeção do aumento da demanda (interna e externa) e da geração de empregos. Sobre a produção, de janeiro para fevereiro, houve a quarta expansão nos últimos 12 meses, atingindo 52,5 pontos (o índice varia de zero a cem, sendo que os valores acima de 50 evidenciam aumento).

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Outro fato que justifica o otimismo é a questão da geração de empregos. O índice atingiu 51 pontos em fevereiro. Desde 2011, início da série, essa foi a segunda sequência mais longa (16 meses) sem avanço do emprego na indústria gaúcha. A maior (40 meses) durou de abril de 2014 a julho de 2017.

O setor que movimenta a região, a indústria da transformação do tabaco, no entanto, tem representado expressiva contratação – colocando o município no topo dos geradores de oportunidades de trabalho no Rio Grande do Sul –, mas abaixo do estimado, devido à redução da safra. As perdas na lavoura, que representaram mais de 83 mil toneladas de tabaco a menos para o processamento – em uma queda de 13,7% – na comparação com a produção de 2023, fizeram o volume de contratações de safreiros ficar 8,3% menor do que a expectativa.

Vice-presidente da indústria da Associação Comercial e Industrial (ACI) Santa Cruz do Sul e CEO da Excelsior Alimentos, Luiz Motta também se diz otimista, apesar de não enxergar um momento de bonança. “Tem oportunidades, mas precisamos ser cautelosos”, reforça.

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Vice-presidente da indústria da ACI, Luiz Motta diz estar otimista, mas com cautela | Foto: Bruno Pedry

Explica que para alguns segmentos essa é uma fase de sazonalidade, o que amplia a utilização da capacidade instalada. Já em outros casos há mudanças de ciclo, como na sua área de atuação. “Cada indústria tem seus ciclos. A minha está num momento de início de baixas temperaturas, o que faz com que o perfil de consumo mude. Mas as pessoas vão continuar comendo”, avalia.

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Reforçando a opinião de Motta, a Sondagem da Fiergs traz a expectativa dos empresários para os próximos seis meses. Há perspectiva de melhor desempenho em todos os indicadores, mas a intenção de investir, apesar de ser positiva, permaneceu estável, evidenciando ponderação. Mesmo assim, devem ser feitas maiores compras de matéria-prima para atender às demandas interna e externa, que acreditam aumentar, assim como a necessidade de contratar maior quantidade de mão de obra.

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Como a pesquisa realizada foi referente a fevereiro, no comparativo com janeiro, não leva em consideração questões da macroeconomia, como o novo conflito bélico entre Irã e Israel, que movimentou o Oriente Médio no fim de semana.

Ministra diz que setor é motor da soberania

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o reposicionamento do Brasil depende de um conjunto “ousado” de políticas públicas. A representante do governo federal discursou na abertura do Congresso Internacional de Inovação da Indústria, realizado na São Paulo Expo.

Segundo a ministra, as medidas do processo de reindustrialização, termo que tem sido defendido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, incluem elementos como a redução das emissões de carbono. Luciana informou que o governo federal aplicará R$ 60 bilhões em projetos de inovação e que parte do aporte deve mesmo ser não reembolsável, já que “inovação é uma atividade de risco”. “A indústria é o motor da soberania produtiva”, disse. Ela também destacou a realização de encontro do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria, que não se reunia havia sete anos, como um espaço de debates sobre o segmento.

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Novos mecanismos para implantar a inovação em grandes indústrias, utilizando diferentes segmentos da sociedade, como as estruturas acadêmicas, passam a apresentar resultados positivos. Um dos exemplos está sob comando da equipe de Luiz Motta, como CEO da Excelsior. A empresa, em trabalho de pesquisa conjunto com laboratórios da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), já lançou produtos inovadores a partir desse trabalho.

Assim como as iniciativas que ultrapassam os limites físicos das empresas, outras têm representado resultados mais efetivos, menos desperdício e produção mais adequada às ferramentas de gestão, como as do mecanismo ESG – ambiental, social e governança.

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