O SindiTabaco apresentou, no fim da tarde dessa quinta-feira, 19, os resultados do Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. O levantamento foi realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Essa é a segunda edição da pesquisa e aponta evolução nos indicadores socioeconômicos, segundo o coordenador-geral, Luiz Antonio Slongo. Com base nos dados, ele resumiu que os entrevistados podem ser enquadrados no que se chama camada próxima à elite, dentro das condições do Brasil.
Essa é a segunda vez que o perfil dos produtores é detectado por meio de pesquisa. A primeira foi em 2016, permitindo um comparativo, sobretudo, no que se refere ao avanço de recursos tecnológicos para o bem-estar e à redução do tamanho das famílias e da expectativa de que haverá sucessão. “A renda é uma causa da situação socioeconômica, mas o mais relevante é o estilo de vida, a forma como pode ser percebida a melhora no bem-estar e no conforto”, destaca Slongo.
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De uma forma geral, os resultados evidenciam maior renda, superando os R$ 130 mil anuais por família, o que representa quase R$ 4 mil per capita mensalmente. É mais do que o dobro da média nacional (R$ 1,6 mil). Mesmo seguindo os números acima da média nacional, o Rio Grande do Sul apresenta a menor receita (R$ 113.146,40), sendo o maior registro em Santa Catarina (R$ 152.122,10).
Dos 1.115 entrevistados, 35,8% têm outra cultura consorciada ao tabaco na propriedade, o que faz a renda ampliar para R$ 141.063,60 anualmente. Esses bons indicadores de receita podem explicar o fato de que 83% dos pesquisados confirmam o interesse em continuar no meio rural, especificamente na cadeia fumageira.
O interesse dos pais não reflete a vontade dos filhos. Por estudarem em outras áreas, acabam deixando a casa da família. Em 2016, a expectativa de que haveria sucessão era de 73,3%; agora, 68,2%. Apesar da redução não ser tão expressiva, associada a outros fatores, como a redução do número de jovens na residência (0,8) e do tempo de dedicação à fumicultura – de 24 para 22,7 anos –, serve como alerta para o futuro da cadeia produtiva.
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Além dos números relativos à renda, outros são apontados por Slongo como cruciais para mostrar que o setor tem evoluído, talvez, até mais rapidamente do que outros segmentos da sociedade. Itens como a forma de recebimento da energia é um exemplo. Em 2016, a captação solar não apareceu como fonte. Passados sete anos, ela chega a 12,3% das propriedades. Ao se observar o recorte do Rio Grande do Sul, a ampliação é ainda maior: 19,6%.
Também é percebida a ampliação de bens, como veículos para transporte, tanto de passeio, como automóvel e motocicleta, quanto para o trabalho, como caminhonete e tratores. No mesmo sentido, os produtores estão investindo na aquisição de outros imóveis, em especial no meio rural, que tem se aproximado da zona urbana. De acordo com a pesquisa (que pode ser vista em sua totalidade no site do SindiTabaco), a média de distância das propriedades e das rodovias principais é de 7 quilômetros.
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Em números
- Quase 73% das residências é em alvenaria.
- Quase 72% têm três ou mais dormitórios por domicílio.
- Todos os domicílios têm, pelo menos, um banheiro ou sanitário, sendo que quase 36,4% têm mais de um.
- Quase 95% têm fossa séptica para esgoto.
- 29% têm poço artesiano.
- 97,1% têm água encanada.
- Quase todos os domicílios têm acesso à energia elétrica, via rede geral de distribuição (98,6%).
- 13,5% têm acesso a outras fontes. Dos que utilizam outras fontes, 12,3% são de energia solar.
- Praticamente 100% têm água aquecida (99,6%), pelo menos para banho, utilizando para tanto a energia elétrica, de forma predominante.
- 100% dos produtores de tabaco têm automóvel ou caminhonete (eram 89% em 2016) e 62,7% têm motocicleta (61% na última pesquisa).
- 13,7% dos produtores de tabaco têm outro imóvel, além daquele utilizado para morar (eram 10% em 2016).
- Mais de 97% dos domicílios têm máquina de lavar roupa e 65% têm também secadora de roupa.
- O uso do ar-condicionado aumentou 61% desde a primeira pesquisa, em 2016. Atualmente, 33,4% têm ar-condicionado.
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