A Prefeitura de Venâncio Aires, por meio da Vigilância Sanitária e Coordenação em Saúde Bucal, em parceria com a Universidade La Salle e Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Canoas, realiza projeto de pesquisa com moradores do município para identificar o impacto na saúde humana em decorrência da incidência de flúor na água de poços artesianos.
O trabalho é desenvolvido junto ao Programa de Saúde e Desenvolvimento Humano do La Salle e Biologia Celular e Molecular Aplicada a Saúde da Ulbra, com a organização e coordenação de Daiana Dalberto e Juliana da Silva, e a participação de dois alunos de mestrado da La Salle e da Ulbra.
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O projeto conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e busca demonstrar por diferentes métodos de monitoramento da saúde ambiental e humana que a fiscalização do teor de flúor na água de abastecimento público serve como uma medida destinada à melhoria da saúde pública e odontológica. “A pesquisa faz com que os pesquisadores possam avaliar a situação da água e da saúde deste público. Uma vez constatado problemas, é possível gerar planos para solucionar os problemas”, analisa o coordenador de Saúde Bucal, Jonas Caríssimi.
No caso desta pesquisa em específico, a universidade está criando filtros ecológicos para melhorar a qualidade de saúde e vida de quem sofre com altos teores de flúor. Além disso, as pesquisas avaliam se, devido às fortes chuvas, há algum contato com agrotóxicos e demais produtos que possam vir a gerar toxicidade para a saúde humana. “Vale salientar, que esta pesquisa não envolve fins lucrativos. Isto é, a comunidade não paga pela pesquisa e podem participar principalmente todos que por algum período tiveram ou consumiram águas subterrâneas de poços artesianos”, salienta Caríssimi.
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Com o conhecimento geológico da região, a equipe soube da incidência de flúor na água de poços de moradores que já tiveram problemas de fluorose, então foram realizados contatos para a realização de entrevistas e testes a partir da coleta de sangue. Até o momento, foram realizadas 56 coletas, mas a meta são 100 testes.
Portanto, a equipe do projeto e uma técnica de enfermagem realizam etapas do estudo no município. Também, já foram realizadas algumas coletas e análises da água de diferentes poços artesianos, sendo que alguns deles identificaram níveis elevados de flúor, ficando acima dos limites máximos permitidos pela lei estadual e federal para potabilidade. Muito embora o flúor seja um importante agente inibidor da cárie, em níveis elevados ele é responsável pela fluorose dental.
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Além disso, no primeiro teste, foram recolhidas 19 amostras de cinco litros de cada propriedade. “Coletamos essa quantidade para poder fazer um mapeamento inicial da quantidade de flúor em diferentes regiões e para realizar testes de ecotoxicologia, onde expomos organismos para avaliar a toxicidade da água. Também fizemos toda a avaliação dos parâmetros físico-químicos além do flúor, como pH, turbidez, nitrato, amônia, entre outros. Estes testes poderão nos mostrar se as condições da água de beber poderiam estar relacionadas com aspectos tóxicos a organismos vivos, nos direcionando a quais práticas poderiam ser realizadas nos locais”, explica Daiana Dalberto.
A equipe de pesquisa, ciente do resultado, trabalha no desenvolvimento de um sistema eficiente e de baixo custo, capaz de reduzir a concentração de flúor na água de abastecimento até valores adequados ao consumo humano, com o propósito de erradicar a fluorose dental nas comunidades que utilizam água subterrânea para abastecimento. Inicialmente, serão distribuídos cinco filtros e entregues às famílias que tiverem maior quantidade de flúor na água. Posteriormente, a metodologia desenvolvida será compartilhada com a comunidade.
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A equipe da Vigilância Sanitária e de Saúde Bucal acompanha o grupo no mapeamento e identificação das residências que possuem poços artesianos, e devem ajudar na instalação dos filtros. A instalação dos equipamentos começará após a conclusão do levantamento orçamentário e outros detalhes de finalização do projeto. A implantação do sistema de monitoramento da fluoretação da água, contribui para a manutenção do padrão e qualidade da água oferecida à população, assim como proporciona uma melhoria da saúde bucal do município.
Moradores que queiram colaborar com a pesquisa podem entrar em contato com a pós-doutoranda Daiana Dalberto pelo telefone (51) 99639-7897.
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