A característica essencial do transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, bem como por distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico. Esse padrão surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos.
Indivíduos com esse transtorno de personalidade com frequência apresentam interpretações incorretas de incidentes casuais. Podem ser supersticiosos ou preocupados com fenômenos paranormais ou achar que têm poderes especiais para sentir os eventos antes que ocorram e para ler os pensamentos alheios. Podem acreditar que exercem controle mágico sobre os outros, o qual pode ser implementado diretamente ou indiretamente, por meio de obediência a rituais mágicos. Alterações perceptivas podem estar presentes, como sentir que outra pessoa está presente ou ouvir uma voz murmurando seu nome.
Indivíduos com esse transtorno são frequentemente desconfiados e podem apresentar ideias paranoides. Em geral, são incapazes de lidar com os afetos e as minúcias interpessoais que são necessários para relacionamentos bem-sucedidos. Com frequência parecem interagir com os outros de forma inadequada, formal ou constrita. Esses indivíduos são geralmente considerados esquisitos ou excêntricos em virtude de maneirismos incomuns, isto é, sua forma desleixada de vestir-se que não “combina” bem e sua falta de atenção às convenções sociais habituais.
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Podem vivenciar os relacionamentos interpessoais como problemáticos e sentir desconforto em se relacionar com outras pessoas. Embora possam manifestar infelicidade acerca da falta de relacionamentos, seu comportamento sugere um desejo reduzido de contatos íntimos. Assim, costumam ter poucos ou nenhum amigo próximo ou confidente que não seja parente de primeiro grau. São ansiosos em situações sociais, especialmente aquelas que envolvem pessoas desconhecidas. Irão interagir com outras pessoas quando tiverem de fazer isso, mas preferem não estabelecer interações, pois sentem que são diferentes e que não se enturmam.
Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica costumam buscar tratamento mais para os sintomas associados de ansiedade ou depressão do que para as características do transtorno da personalidade em si.
O transtorno pode se manifestar primeiramente na infância e adolescência por meio de solidão, relacionamento ruim com os colegas, ansiedade social, baixo rendimento escolar, hipersensibilidade, pensamentos e linguagem peculiares e fantasias bizarras. Essas crianças podem parecer “estranhas” ou “excêntricas” e atrair provocação.
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Como todo transtorno de personalidade, o esquizotípico gera sofrimento acentuado e prejuízo no funcionamento global, incluindo vida social, profissional e afetiva. Não há tratamento específico, mas psicoterapia e medicação voltada para sintomas pode melhorar o quadro.
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