A cada ano milhares de objetos são perdidos em nossas cidades. Desde documentos, celulares, bolsas, dinheiro, guarda-chuvas, óculos e até compras. Se o objeto foi perdido num determinado lugar, como numa empresa de transporte ou outro lugar específico, existe a chance de ser recuperado por meio de contato direto. Mas quando perdemos algum objeto ou dinheiro em espaços públicos, o que fazer? Comunicar à estação de rádio? Avisar o grupo de achados e perdidos no Facebook? Procurar ajuda num grupo privado de bairro? Rezar?
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O que dizem as estatísticas a respeito de artigos perdidos ou achados em nossa cidade ou em nosso País? Existem estatísticas? Olhem só estes dados curiosos, vindos da ÖBB (österreichische staatliche Bundesbahnen – trens estatais, federais da Áustria, publicados pela ORF: Österreichischer Rundfunk – rede de rádio e televisão austríaca): segundo a reportagem, o número de objetos perdidos ou esquecidos nas diversas linhas subiu de 19 mil (em 2021) para 27 mil (em 2022). Um aumento de 42%. Presume-se que tenha sido devido ao Bahnboom – o aumento considerável de usuários dos transportes públicos pós-pandemia. Entre os objetos perdidos em maior número estão: 8.900 bolsas; 4.900 aparelhos eletrônicos; 3.400 carteiras de dinheiro; 2.300 peças de vestuário e 1.600 chaves. E entre os artigos mais curiosos foram encontrados: 39 andadores para idosos, 34 carrinhos de bebê e 16 aparelhos de audição. Durante 2022, foram encontrados uma média de 70 objetos por dia e um terço pôde voltar aos seus donos.
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Na cidade alemã de Tübingen (para onde o universo me leva com alguma regularidade) existe uma possibilidade simples de recuperar objetos perdidos, um Fundbüro (setor de achados e perdidos, junto aos serviços de atendimento aos munícipes). Objetos encontrados são levados para lá e os perdidos podem ser recuperados lá. Para o caso de retirada de chaves, é preciso apresentar documento de identidade e uma chave similar àquela que se havia perdido. Em caso de carteira com dinheiro e documentos, o Fundbüro avisará por escrito ao dono sobre o objeto que foi entregue aos cuidados do seu setor.
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Quem encontra seu pertence no setor de achados e perdidos paga uma taxa na hora de retirá-lo. O setor guarda todos os objetos que lhe foram entregues por um determinado tempo. Ao cabo desse período, os que não foram retirados vão para leilão público que é anunciado pelo jornal local.
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Não seria esta uma interessante ideia para nossas cidades? Um setor de achados e perdidos junto à prefeitura e subprefeituras? O espaço seria financiado mediante taxas de retirada de objetos encontrados e de leilão dos objetos não retirados. Creio que, além de colocar um fim na estressante procura por pertences perdidos, contribuiria também para o estabelecimento de mais consideração para com aqueles que perdem objetos. Isso, certamente, também promoveria crescente consciência por parte de quem encontra um objeto extraviado, no sentido de que objetos encontrados em espaços públicos são de quem os perdeu e não de quem os encontrou.
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