Faz tempo, muito tempo, que nenhum dos três poderes de Estado mantém o nível constitucional, legal e comportamental adequado ao que o dever e a liturgia dos respectivos cargos e encargos exigem.
Então, e o que dizer das atitudes ético-comportamentais, eivadas em sucessivos escândalos, em inimagináveis modos e formatos. Pior, repetitivos, como que autoblindados por uma retórica dissimuladora, quase mágica.
Nesse desafinado concerto nacional de falas e práticas políticas, jurídicas e comportamentais desastradas e deploráveis, o ministro Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal) revelou-se um ator impróprio e intempestivo.
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Sua última pérola: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília.
Procedente ou não sua opinião sobre qualquer fato e tema, porém, é o que menos importa no caso. Além de ser um juiz da Suprema Corte falando em lugar e momento inadequados, mais grave foi se expressar em modo coletivo, comprometendo pessoas e instituições.
Nós quem, ministro Barroso? Nós, os estudantes? Nós, o povo brasileiro? Nós, os membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? Nós, os membros do Supremo Tribunal Federal?
Sem querer querendo, semeou e adubou a discórdia. Embora culto e erudito, não foi a primeira vez que tropeçou nas palavras. Aliás, possivelmente, tropeça mais na arrogância e na vaidade.
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Afinal, ninguém esquece o famoso “Perdeu, mané. Não amola!” Em Nova Iorque! Assim como entrou na história das teorias da conspiração, sua mais célebre e desastrada fala, nos corredores do Congresso Nacional: “Eleição não se ganha, se toma!”.
Por falar em freios ético-institucionais, sua frase foi distorcida ao gosto eleitoral do momento. O que obrigou-o a explicar o contexto da declaração, eis que referia-se a determinada eleição em Roraima. Sua explicação foi desrespeitosa com aquele estado.
Consequentemente, efeito colateral dessas indevidas presenças e incontroláveis falas, repito, turbinadas por sua notória vaidade, restou evidente que o ministro deixou de ser um juiz e um bombeiro institucional para tornar-se um ativista político e um “incendiário”. Sem querer querendo! Porém, comportamental e pessoalmente perdeu, mané!
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