Santa Cruz do Sul

Peras caem cada vez mais cedo nas ruas de Santa Cruz

Quem tem o costume de colher peras nas árvores das calçadas de Santa Cruz do Sul está encontrando dificuldades neste ano. Isso porque os frutos estão caindo dos pés, cada vez menores, e aqueles que conseguem atingir o tamanho adequado estão com mau aspecto e até podres por dentro. Entre as possíveis causas para o problema estão a idade das plantas, manutenção inadequada e também o local onde estão plantadas. Para aqueles que têm o costume de aproveitar as peras caídas, é preciso ter cuidado.

Conforme o professor Andreas Köhler, do departamento de Ciências da Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o principal motivo é a idade desses vegetais, muitos deles plantados há mais de 40 anos, durante a primeira gestão do ex-prefeito Arno Frantz, no início dos anos 1980. “Esses exemplares que estão na Rua Coronel Oscar Jost e em outros pontos da cidade são árvores relativamente velhas, e isso por si só é um problema para a produção de frutas padronizadas”, explica.

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Além disso, o especialista ressalta que essas plantas não receberam o manejo adequado ao longo do desenvolvimento. “Somando isso à idade, é natural que a produção das frutas não seja conforme o esperado.” Köhler cita ainda o inverno prolongado de 2022 e a estiagem como outros fatores que atrapalham a produtividade e a qualidade das peras. “Nas calçadas, nós temos árvores que já crescem em um ambiente de estresse. Com a falta de chuva que temos passado, a primeira resposta da planta é soltar os frutos ainda pequenos, como temos visto”, completa.

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Muitas das frutas que caem nas calçadas são de tamanho pequeno ou estão podres, mas há algumas em boas condições aparentes. Acerca destas, Köhler diz que é possível utilizá-las, mas é preciso ter atenção. “Precisamos considerar que estão em um ambiente de movimentação de pedestres e automóveis, nas ruas e calçadas, pegam poeira e fumaça dos veículos, então a carga de substâncias não apropriadas nessas frutas é razoavelmente grande”, ressalta. Segundo ele, não há problema em aproveitar algumas, mas o consumo em grandes quantidades pode provocar intoxicação alimentar.

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A solução, de acordo com o pesquisador, é realizar as podas e demais manutenções nas pereiras de modo que favoreçam a produção e qualidade dos frutos. No mais, o jeito é torcer para que o clima colabore. “Temos que lembrar que cerca de 80% da fruta é composta por água, então é necessária muita umidade para garantir uma frutificação adequada.”

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