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Pequenas e médias empresas puxam aumento da inadimplência

Pequenas e médias empresas estão entre os clientes bancários com maior dificuldade para pagar suas dívidas neste ano, marcado pelo aumento dos juros e pela restrição ao acesso a financiamentos. A inadimplência no crédito para empresas com recursos de mercado alcançou em julho o maior patamar da nova pesquisa de crédito do Banco Central, que começa em março de 2011. Os atrasos passaram de 3,5%, em julho de 2014, para 4,1%, em julho deste ano.

A linha mais afetada foi o capital de giro, que responde pela maior parte do crédito empresarial. Nas operações de até 365 dias, nas quais as empresas de menor porte têm grande participação, segundo o BC, os atrasos acima de 90 dias passaram de 2,4% para 6,3% nos últimos 12 meses.

Ainda no segmento empresarial, os dados do BC mostram alta da inadimplência no desconto de duplicata (3,7%) e na conta garantida (2,7%). Em linhas com recursos subsidiados os atrasos ainda estão em níveis baixos, mas praticamente dobraram nas modalidades oferecidas pelo do BNDES (0,7%) e no crédito rural (0,8%).

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A concessão de crédito para empresas com recursos do BNDES recuou 23,5% no ano, com cortes nas linhas de investimento e capital de giro. Na primeira, que responde pelos grandes programas de incentivos do governo, a taxa média de juros subiu de 7,1% para 10,1% ao ano desde dezembro, quando a Fazenda anunciou corte de parte dos subsídios nessas linhas.

CONSUMIDOR

Nas operações com pessoas físicas os atrasos seguem praticamente estáveis na média, em 3,8%. A piora vista no cheque especial (14,9%) e no rotativo do cartão de crédito (37%) tem sido contrabalançada por uma melhora no crédito pessoal (7,1%) e na aquisição de veículos (3,9%).

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A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou o patamar recorde de 395% ao ano em julho. Um ano antes, a taxa estava em 308% ao ano. Quem parcela o pagamento da fatura com as taxas oferecidas pelos bancos paga 119,5% ao ano em média. O nível de endividamento das famílias brasileiras recuou pelo segundo mês seguido, de acordo com o BC, acompanhando o cenário de retração do crédito no Brasil.

Em julho, as dívidas correspondiam a 45,8% da renda acumulada em 12 meses. Em abril, esse indicador atingiu patamar recorde de 46,4%. Descontadas as dívidas imobiliárias, o que permite analisar isoladamente o crédito ao consumo, o endividamento recuou para 27,1%. O recorde, nesse caso, é o patamar de 31,4% de outubro de 2011. “Com o crédito o crescendo em ritmo menor, é natural que esse indicador mostre redução. A renda está moderando, mas ainda há um crescimento da massa de salários, o que também ajuda a explicar isso”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

ESTOQUE

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O estoque de crédito cresceu 0,3% em julho em relação ao mês anterior e acumula alta de 9,9% em 12 meses, somando R$ 3,11 trilhões. A previsão do BC é encerrar o ano com crescimento de 9%, menor resultado desde 2003. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o estoque de crédito alcançou o pico de 54,7% em dezembro de 2014 e está agora em 54,5%.

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