Cultura e Lazer

Peppe Joe: a vida como vocalista da Maria do Relento

A banda Maria do Relento, grande referência do rock gaúcho, é genuinamente porto-alegrense. Mas Santa Cruz do Sul tem parcela de participação nessa trajetória. Ocorre que o vocalista, Peppe Joe, reside em Santa Cruz desde 2007, e a partir dessa cidade se desloca para os compromissos.

Na verdade, o forte vínculo com a realidade local é bem anterior e está associado à agenda da banda. Em 1998 a Maria do Relento veio apresentar-se no bar Van Gogh; no show, ele conheceu a santa-cruzense Cristina Fank. Começaram a namorar, e meses depois ela se transferiu a Porto Alegre para cursar Terapia Ocupacional, ficando por lá durante os quatro anos da graduação.

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Mesmo nesse período ela e Peppe vinham a Santa Cruz. Mas, formada, Cristina retornou a sua terra natal para atuar profissionalmente. Foi a vez de Peppe se decidir por adotar Santa Cruz, vínculo que ficou ainda mais forte quando nasceram os filhos gêmeos do casal, Fernando e Leonardo, hoje com 16 anos.

Atualmente, a rotina de Peppe Joe é cumprida em Santa Cruz, e daqui segue para seus constantes compromissos. Na verdade, desloca-se em companhia de um santa-cruzense, Edu Oliveira, colega de Maria do Relento, na qual responde pela guitarra base. Os demais integrantes são Kako, irmão de Peppe, no baixo; Jazz Mess na bateria; e Felipe Chagas na guitarra solo. Outro mano de Peppe, Nino, também fez parte da banda até 2003, quando saiu para se dedicar a outra área. Peppe é o mais novo dos três.

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Essa caminhada pessoal iniciou-se no dia 27 de dezembro de 1976, quando Kleber Correa de Souza nasceu, na então Vila Floresta, atual Jardim Floresta, zona norte de Porto Alegre. É filho de Creso Antunes de Souza, falecido, e Lezy Correa de Souza, ambos naturais de Tubarão (SC). Os estudos, fez todos na escola Sarmento Leite, até o Ensino Médio, pois não ingressou em curso superior.

Na adolescência, Pepito, como era chamado, por influência do pai escutava de tudo, mas especialmente os clássicos dos que se poderia chamar de românticos, regionalistas ou bregas: Júlio Iglesias, Gildo de Freitas, Teixeirinha, Odair José, Amado Batista…

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Seus irmãos já integravam banda de heavy metal, a Qual, e Pepito acompanhava ensaios, ali pelos 16, 17 anos. Num deles seu mano Nino, que era o vocalista, se atrasou, e pediram para ele “cantar alguma coisa”. Surpresa geral, uma voz se revelava para a música brasileira. Até então, nunca havia sequer cogitado carreira artística.

Com sua chegada, a banda mudou de nome, tornando-se Maria do Relento, e de estilo, adotando um bom humor e uma irreverência que se tornaram a marca do grupo (e que Peppe atribui diretamente à influência do pai, seu Creso). Para completar, ele próprio assumiu o nome artístico de Peppe Joe. Corria o ano de 1994 e gravaram um primeiro CD autoral, com o nome da banda, que chegou ao mercado no ano seguinte.

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E arrebentou. Ficaram quatro anos cumprindo agenda apoiados nele. Para começar, abriram show dos Raimundos em Porto Alegre; apadrinhada por eles, a Maria do Relento ganhou o Brasil. Em 1999 vinha o segundo álbum, de seis que gravaram, além de várias coletâneas. Um DVD ao vivo gravado no Bar Opinião está pronto e deve ser lançado neste ano. Na composição das músicas, todos atuam e colaboram, num movimento coletivo. Em paralelo à banda, Peppe atuou na gravação de jingles e fez campanhas publicitárias, e planeja para breve apresentar um programa em canal de TV.

Na música, ainda se aventurou com êxito na gravação de um disco infantil, Trio Ratoeira, em 2005, trabalho que não teve muita visibilidade na época e que pensa em retomar. E ainda atua ativamente no projeto da banda Ataque Colorado, também desde 2005, que resultou em sete discos e os levou a viajar intensamente pelo Brasil inteiro, a convite de consulados do Inter. Mas é mesmo à Maria do Relento que a vida de Peppe Joe estará para sempre intimamente ligada.

Cinco músicas referenciais para Peppe Joe:

  • Take on Me (A-Ha)
  • Give it Away (Red Hot Chili Pepers)
  • Nem Todo Dia é Igual (Maria do Relento)
  • As Curvas da Estrada de Santos (R. Carlos)
  • Hey (Julio Iglesias)

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Romar Behling

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