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Pelo mundo: Singapura é o leão entre os tigres asiáticos

A chamada diáspora chinesa se refere à migração de milhões de cidadãos do país de Confúcio para outras regiões do planeta, em especial para países do sudeste asiático. Proporcionalmente, Singapura é de longe o maior símbolo dessa ocupação, com 76% da população originária de famílias vindas do sul da China, seguido por Malásia (23%), Tailândia (16%), Indonésia, Myanmar, e sem esquecer do considerável contingente chinês nos Estados Unidos, Canadá, Peru e, nas últimas décadas, em países europeus como Reino Unido, França e Itália.

Nosso foco inicial é a pequena cidade-estado da República de Singapura, segunda maior densidade populacional do mundo, com 5,5 milhões de habitantes que se comunicam em um inglês objetivo e sucinto. O grupo de ilhas, transformado no início do século 19 pelo inglês Stamford Raffles em posto avançado de comércio para o império britânico, é o portal marítimo do estratégico Estreito de Malaca. A independência veio em 1959, como parte da Malásia, que, em 1965, expulsou o arquipélago que então se tornou um país soberano. O rápido desenvolvimento, em questão de poucas décadas, transformou a nação em um dos quatro tigres asiáticos, com Taiwan, Hong Kong e Coreia do Sul. Singapura tem a segunda maior renda per capita do mundo e, atualmente, é o lugar mais caro do planeta para morar.

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Na maioria das mais de 30 vezes que estive no pequeno país, desembarquei em seu cartão de visitas número 1, o eficiente aeroporto de Changi, um dos polos do transporte aéreo global e o melhor e mais bonito complexo aeroportuário em que estive. A companhia estatal Singapore Airlines é, da mesma forma, uma das melhores do mundo, em um competitivo mercado asiático que faz com que o serviço de empresas aéreas ocidentais pareça oscilar do medíocre ao sofrível. Changi é também uma espécie de miniatura do país, com todos os aspectos que oferece em termos de organização, limpeza, eficiência e moderna arquitetura.

Em uma nação próxima da perfeição já na primeira impressão, as ruas e estradas são imaculadamente limpas, com prédios e indústrias altamente desenvolvidos, arquitetura e paisagismo impecáveis e um povo disciplinado amplamente provido com benesses materiais, educação, saúde e infraestrutura. Assim como o aeroporto, todo o país se assemelha a um imenso shopping center, interligando negócios, hotéis, restaurantes, ruas e parques. Pode-se dizer que todo esse desenvolvimento saiu da cabeça de um homem: Lee Kuan Yew, um indivíduo inteligente, perspicaz, ambicioso, arrogante e pragmático (termo mais ameno para alguém que trata escrúpulos de consciência como opcionais).

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Assumindo o comando do país desde a independência, em 1959, até 1990, e, posteriormente, mantendo-se como eminência parda até a morte, em 2015, Kuan Yew concebeu Singapura com um governo eficiente, que incentiva as empresas, com educação de qualidade e professores muito bem pagos. Localizado a um grau de latitude norte (137 km da linha do Equador), até o clima foi manipulado com uso de tecnologia, provando que o clima quente e úmido durante o ano todo não precisa necessariamente impedir o progresso. Além das 63 ilhas satélites, aterros sobre o mar representam 25% do território singapurense. Enfim, uma experiência administrativa de grande sucesso.

Marina Bay: arquitetura que se encontra em Singapura é moderna, funcional e eficiente

É preciso lembrar que Singapura era uma nação pobre há menos de 50 anos. Por vezes, entrei no país pela porta dos fundos, cruzando a fronteira terrestre com a Malásia. Sobre a ponte que liga as duas nações, atravessam diariamente milhares de pessoas que passam o dia trabalhando na cidade e à noite retornam ao país de origem. Próximo à fronteira, se vê também a pequena porção do território que os que chegam de avião não enxergam: casas humildes, antigas estações de trem semiabandonadas e a população menos abastada. São aspectos que o singapurense médio lida com certo constrangimento, como quem despreza um parente pobre.

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Kuan Yew soube captar e cativar os chineses da diáspora, que saíram de uma China oprimida pelo colonialismo, massacrada por conflitos e debilitada pelo vício do ópio, com um objetivo principal: ganhar dinheiro e proporcionar um futuro decente a suas famílias. Com isso em mente, o líder singapurense canalizou as forças dessa massa trabalhadora e criou a capital da “Terceira China”, depois de Pequim e Taipei. Singapura é, possivelmente, o modelo do que será a China daqui a alguns anos, quando voltar a ser a maior potência econômica global.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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