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VENÂNCIO AIRES

Pellets tornam secagem do tabaco mais rápida, segura e sustentável

Em Linha 17 de Junho, Fengler abastece estufa duas vezes ao dia, pela manhã e à noite | Foto: Adriene Antunes

Um pequeno cilindro de madeira é responsável por uma mudança na forma da secagem do tabaco para um produtor no interior de Venâncio Aires. O processo com o uso de pellets já é uma realidade para Ricardo Fengler, de Linha 17 de Junho. Ele é o primeiro fumicultor no município a instalar um queimador junto à estufa que utiliza os resíduos de biomassa vegetal como combustível para a secagem da colheita.

Fonte de energia renovável pertencente à classe das biomassas, os denominados pellets são um combustível sólido produzido a partir de resíduos da indústria de transformação de madeira. A utilização deles na secagem do tabaco é uma novidade que já proporciona qualidade de vida e segurança.

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Em funcionamento há três semanas, o queimador permitiu que Fengler voltasse à rotina normal, tanto na operação do caminhão quanto com a família. “Quem produz tabaco sabe que, na época da secagem, ficamos presos ao processo. Com a estufa normal de lenha, é preciso ficar sempre por perto e abastecer em média a cada duas horas, dia e noite. Nesse tempo é quase impossível fazer outra atividade, o que prejudica inclusive o descanso, sem contar o perigo de um acidente”, explicou.

Com a utilização dos pellets, o processo de secagem ganha segurança e tempo, de acordo com Fengler. Ele abastece duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, o que consome no máximo 20 minutos.

“Com esse novo combustível, é possível deixar a secagem acontecendo sem a supervisão. Além do tabaco, eu tenho caminhão de carga. Quando utilizava lenha, não podia trabalhar enquanto secava o tabaco. Agora posso deixá-lo na estufa e fazer meus fretes, além de conseguir dormir melhor à noite e ter mais tempo para as outras atividades e para a minha família”, ressaltou o produtor.

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Baixos níveis de emissão

A cura do tabaco é parte do processo de transformações físico-químicas nas folhas colhidas nas lavouras, seguido de uma lenta e controlada extração da água delas. Todo esse procedimento acontece no interior da estufa. E, para que ocorra uma boa secagem, ela deve contar com um sistema de aquecimento e ventilação, tanto de entrada quanto de saída de ar. Quase todos os produtores executam o processo com lenha para fazer o aquecimento. O emprego da madeira in natura, além do tempo que é preciso despender para o cuidado com a estufa, implica em um maior risco de incêndios.

Os pellets são produzidos com resíduos de madeira natural. Depois de recolhidos, triturados e secos, eles transformam-se em serrim, que é comprimido a alta pressão e temperatura a fim de eliminar o máximo de resinas e umidade. Desse modo, o pequeno cilindro de madeira resulta em um combustível 100% natural, com um elevado poder calorífico. Além disso, a queima dos pellets gera níveis reduzidos de emissão de monóxido de carbono e dióxido de carbono. O material é vendido em sacos, de 15 ou 20 quilos, e pode ser armazenado em um espaço muito menor do que o necessário para a estocagem de lenha.

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Menor consumo de energia e mais qualidade de vida

Em uma parceria entre o produtor Ricardo Fengler e a Haas Pellets, uma tarde de campo com diretores e gerentes da Afubra ocorreu na última segunda-feira. O diretor financeiro da entidade, Marcílio Dreschler, esteve na localidade acompanhado dos gerentes Ricardo Michel (Comercial), Marco Werner (Logística), João Porcher (Compras), Elias Birnfeld (loja matriz) e do coordenador de Mutualidade, André Fagundes.

A equipe conheceu o processo de secagem com pellets e debateu os ganhos para o agricultor. Os diretores da Haas Pellets, Júnior Haas e Charles Fengler, destacaram a ampliação do uso do produto, tanto em estufas quanto em outros processos agrícolas, como aviários e cabanhas.

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A aplicação no tabaco é simples, conforme Haas. As estufas podem ser facilmente readequadas para o uso do queimador de pellets. A instalação do equipamento permite que o produtor utilize a lenha quando quiser.

Fengler destacou o baixo valor de investimento, cerca de R$ 14 mil. “Com o ganho de tempo de secagem e qualidade, consigo diminuir o consumo de energia, pois o tabaco fica menos dias na estufa. Também consigo secar com mais agilidade o produto para facilitar a comercialização.”

Júnior Haas destacou que os pellets são mais caros do que a lenha, mas os ganhos superam o valor do investimento. “Os pellets não têm nada nocivo, não há sujeira como insetos, galhos, casca e areia e ainda com o mínimo de umidade possível. Trazem uma automação que possivelmente só conseguiríamos com processo a gás ou elétrico, mas com um custo muito próximo da lenha.”

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Alternativa

A equipe da Afubra saiu satisfeita com o que viu na propriedade de Ricardo Fengler. Para a associação, o produto é muito prático e de fácil instalação, visto que não há necessidade de fazer adaptações nas fornalhas atuais.

Os dirigentes avaliaram que é uma boa alternativa para otimizar a mão de obra do produtor de tabaco. Ao dispensar a necessidade de colocar lenha na fornalha várias vezes durante o dia e a noite, o equipamento irá facilitar o trabalho pesado e estressante durante a secagem. Outro ponto destacado é a oportunidade para os agricultores avaliarem a forma como trabalham hoje e, assim, usarem a tecnologia a seu favor.

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