Em julho de 2003, quando tinha 62 anos, Pelé decidiu comprar um lóculo no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral de São Paulo. Dezenove anos depois, o Rei do Futebol será enterrado no primeiro andar do local, homologado há mais de 20 anos no Guiness Book, o livro dos recordes, como o mais alto cemitério vertical do mundo.
Pelé será velado no gramado da Vila Belmiro entre as 10 horas desta segunda-feira, 2, e 10 horas de terça, 3. Depois, haverá um cortejo pelas ruas de Santos, com passagem pelo canal 6, onde mora a mãe de Pelé, Celeste Arantes. Só depois disso, às 14 horas, é que vai ocorrer o enterro. A solenidade será restrita a familiares, sob o som do canto das araras e papagaios, já que 90% da área total de 40 mil metros quadrados é formada por reserva nativa e preservada de Mata Atlântica.
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O cemitério é cercado de natureza nas áreas comuns, com pequenos lagos com carpas, patos, além do aviário com araras e outras espécies nativas da Mata Atlântica. No térreo, há um museu de automóveis antigos.
O corpo do Rei do Futebol ficará em um mausoléu no Memorial, onde também estão enterrados o pai de Pelé, João Ramos do Nascimento, o Dondinho, que morreu em 1996; o irmão, Jair Arantes do Nascimento, o Zoca, morto em 2020; além de Antonio Wilson Honório, o Coutinho, parceiro de ataque no lendário Santos bicampeão mundial em 1962 e 1963, que faleceu em 2019.
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Os parentes de Pelé estão no nono andar do prédio. O plano inicial era de que o Rei fosse enterrado em um jazigo no mesmo andar em homenagem ao pai Dondinho, que vestia a camisa 9. Mas a família mudou o planejamento em conversa com a administração e ele será sepultado no mausoléu situado no primeiro piso da construção.
Antes mesmo da morte de Pelé, tornaram-se virais nas redes sociais imagens de um caixão dourado onde o Rei supostamente seria enterrado. A assessoria do Memorial negou a existência desse jazigo. Pelé escolheu ser enterrado no Memorial porque considerou que o local não se parece com um cemitério e transmite “paz espiritual e tranquilidade”. “A pessoa não se sente deprimida, sequer parece com um cemitério”, disse ele em entrevista ao Jornal A Tribuna, em 2003.
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A ideia, depois do enterro de Pelé, é que o Memorial se torne atração turística de Santos. O espaço será aberto ao público para visitas dias depois da cerimônia. A administração ainda não definiu as datas. O cemitério fica no bairro de Marapé. Tem vista para a Vila Belmiro e está a menos de um quilômetro do estádio onde Pelé fez jogos memoráveis e no qual os fãs darão o último adeus.
O Memorial foi idealizado pelo empresário argentino Pepe Altstut, que morreu em 2021 e de quem Pelé era amigo. Pepe foi um grande incentivador do esporte e financiou atletas de diferentes modalidades, como ciclismo, atletismo e boxe. São 18 mil lóculos, espaço que abriga os caixões, espalhados em 14 andares do cemitério, que também tem serviço de cremação, cinerário, ossário, mausoléu e tributum.
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“Buscamos envolver dentro de nossa estrutura conforto, aconchego e tranquilidade a todos que, inevitavelmente, passam por momentos de perdas de seus familiares. Trabalhamos para prover momentos de paz e harmonia”, diz Evans Edelstein, CEO do grupo Memorial Bom Pastor.
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