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Representatividade

Pela primeira vez, mulher assume comando da OAB de Santa Cruz

Pelos próximos três anos, a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Cruz estará sob o comando da advogada santa-cruzense Rosemari Hofmeister. A posse da nova presidente ocorreu no salão principal da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), na última quinta-feira. “Eu fui salva ao nascer. Tive uma boa educação, alimentação e condições de me tornar advogada. A minha família me ajudou a dar início a esta carreira”, conta a presidente.

Rosemari destaca a importância da OAB na sociedade. “O advogado é indispensável à realização da justiça, não só no Poder Judiciário, mas a justiça social. Cada vez mais nós precisamos estar inseridos e fazer parte das entidades e conselhos que pensam o desenvolvimento do município.”

Para o presidente da seccional da OAB no Estado, Ricardo Breier, existe a necessidade de romper com o machismo que ainda acompanha a profissão. “Socialmente ainda há machismo e preconceito em relação à mulher como advogada, e cabe à Ordem lutar para reverter isto”, destaca Breier.

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ENTREVISTA

Gazeta do Sul – Em quase 60 anos da Subseção da OAB em Santa Cruz, a senhora é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente. Como se sente?

Rosemari Hofmeister – São dois sentimentos, um deles de alegria, por ser uma mulher advogada que passa a presidir a subseção. Já tivemos outras colegas advogadas que fizeram um trabalho imenso na subseção, mas não haviam chegado à presidência. Isto é uma construção coletiva, não é mérito meu. Eu fui levada à presidência por um projeto coletivo. O outro sentimento é de reflexão. Por que antes não? A história tem a sua caminhada, e temos que respeitar isto. Este é o momento de uma advogada ser a presidente da OAB em Santa Cruz, estamos aqui.

Gazeta – Quais os maiores desafios da profissão de advogado na sociedade contemporânea, em meio às constantes alterações de leis e de tecnologia?

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Rosemari – Nós somos um dos guardiões da cidadania. No momento atual, temos muito presente o sentimento de que nenhum direito constitucional pode ser ferido. Este é um momento de muito cuidado e defesa desta cidadania. O cidadão precisa ser cuidado. O avanço tecnológico é uma preocupação constante. À medida que o processo eletrônico avança, ele não pode ser excludente. Não podemos fazer com que colegas que não nasceram com “chip”, que não dominam a tecnologia, deixem de exercer a profissão por não se sentirem à vontade com esta tecnologia. Nós temos um centro de inclusão digital e funcionárias treinadas para ajudar os colegas nesta adaptação.

Gazeta – Para o jovem advogado, o que é mais desafiador neste momento?

Rosemari – Assim como em todas as profissões, a inserção no mercado é o mais difícil. Dar oportunidade ao exercício da profissão sem tornar ela vil, sem se corromper pela necessidade financeira. Assim como dar condições à prática daquilo que eles aprenderam na faculdade.

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