Pela primeira vez, Linha Carijinho não terá passagem de brasas

Pela primeira vez desde que a tradição teve início, na década de 1930, a véspera da noite de São João não terá passadores de brasa em Linha Carijinho, no interior de Sobradinho. A atração da maior festa junina da região Centro-Serra não pode ser realizada, assim como a festa, que leva milhares de pessoas ao município. Passadores terão de deixar o desafio para o próximo ano.

A diretora de Cultura e Turismo de Sobradinho, Ingrid Hermes, lamentou a decisão de cancelar a festa na Comunidade Nossa Senhora de Fátima. “Infelizmente, não é possível realizar o evento neste ano. Além da tradicional passagem de brasas, ocorre uma grande festa em Linha Carijinho, e neste ano, por conta do novo coronavírus, isso não é viável”, salientou.

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Para não deixar a data passar em branco, a direção da comunidade decidiu marcar, do jeito que dá, o dia de São João. Será celebrada uma missa, nesta quarta-feira, 24, a partir das 19 horas. Na sequência, será acesa uma fogueira na área externa. Porém, tanto a missa quanto a fogueira são com limitação de público, não abertos à toda a comunidade.

Além da celebração, o centro de Sobradinho está decorado com bandeiras juninas. “Instalamos uma banca que vende pipoca, para manter o clima de São João, já que as festas não podem ser realizadas”, comentou Ingrid.

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Uma tradição de oito décadas

Ninguém sabe ao certo a história da passagem de brasas em Linha Carijinho. Conta-se que na década de 1930, quando começou a festa na comunidade, dois irmãos apostaram que quem passasse sobre as brasas sem queimar os pés ganharia um cavalo encilhado.

De lá para cá, antes que comece o baile de São João, no apagar da fogueira, passadores se desafiam. Em 2019, oito passadores tiveram coragem de atravessar o braseiro, ainda em chamas, atividade que a Gazeta do Sul foi conferir. Já a festa, uma das mais tradicionais do Centro-Serra, reuniu na edição passada cerca de cinco mil visitantes de Sobradinho e de municípios vizinhos.

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