Não seria exagero afirmar que a música faz parte da vida do santa-cruzense Pedro Ortiz Soares (o Pepe, para os que lhe são próximos) em cada um de seus dias. Pela simples razão de que seus pais eram músicos, e assim seus irmãos.
Seus pais, Pedro, rio-pardense, e Alaides, santa-cruzense, já falecidos, tocavam; ele apreciava o violão, e era seresteiro. Apresentavam-se também na igreja. Foi natural, portanto, que os três irmãos de Pepe, mais velhos que ele, herdassem o gosto pela arte: Elias (o Cabeção, como era conhecido no meio musical), já falecido; depois o David (ou Cabecinha), que mora em Pelotas, e a Dida, radicada na Pinheira (SC).
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A eles veio juntar-se, em 17 de dezembro de 1970, o Pedro Ortiz, hoje com 52 anos, o sétimo a merecer o mesmo prenome na família (depois, seu próprio filho seria o oitavo a receber o nome de Pedro, geração após geração). Como até na sala da residência da família havia uma bateria montada, para os ensaios dos irmãos com suas bandas e seus amigos, não terá sido surpresa quando Pepe subiu ao palco de um festival promovido pela Souza Cruz. Com apenas 4 anos. E tomou gosto.
Iniciou os estudos ainda no Bairro Bom Jesus, onde residiam, e depois passou pelo colégio Concórdia, luterano, onde recebeu influência de música clássica de um pastor, marca que se firmou para toda a vida. Após, estudou na escola Goiás e passou a encarar os festivais organizados no icônico Cine Victória. Em 1982, com 12 anos, foi selecionado pelo regente Carmo Gregory para o coral Canarinhos, do Colégio São Luís. Foi um marco para sua formação, e nele ficou até o encerreamento das atividades, em 1984.
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Nos anos seguintes, integrou várias bandas, tocando violão ou guitarra, como Tok de Banda e Sistema Nervoso, e participou de festivais, ao lado de músicos como Cássio Gil, André Parizzi e Astor Rocha, este seu colega de Canarinhos e com o qual aprendeu a tocar bateria. Desde os 12, 13 anos, já compunha, e suas letras e melodias ganhavam popularidade.
Em 1987, aos 17 anos, sua trajetória dava nova e importante guinada: ele ingressava na Rádio Gazeta. Na qual segue até os dias atuais, de forma ininterrupta, hoje na condição de gerente de produtos de todo o pool de emissoras da Gazeta. Por essa época, engajou-se com seus sobrinhos Rafael e Fernando na banda Capitão Rodrigo, em Porto Alegre, e viajava para se apresentar com eles na Usina do Gasômetro, no Anfiteatro da Ufrgs e até em Gramado.
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Novamente com a rotina firmada em Santa Cruz, veio parceria mais do que especial: com ninguém menos do que seu filho Pedro, com o qual formou o duo Capadócia 23, em 2010, quando Pepinho estava com 16 anos. Pedro Manzke Soares é seu filho com Núcia Manzke, relacionamento que perdura por mais de três décadas.
Apresentaram-se em muitas ocasiões, inclusive com composições próprias. E se motivaram a realizar projetos especiais, como tributos a Vitor Ramil, e a prestigiar as edições do Dia Beatle. Pepe e Pepinho ainda integraram a banda de Edinho Nascimento, nela responsáveis pela percussão.
Por volta de 2007, Pepe aproximou seus dons musicais de outra área com a qual mantém profunda ligação: compõe para o Grupo de Música Espírita Arte e Luz, de Santa Maria, que a cada dois anos realiza encontros na cidade e região. E anualmente participa de encontros da Confraternização de Mocidades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (Comeerj), sempre durante o Carnaval, no qual é monitor de música. Em Santa Cruz, é vinculado à Associação Espírita Joanna de Ângelis.
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Uma vez que a rotina de gerente de produtos na Rádio Gazeta o absorve bastante, as colaborações com os grupos espíritas são hoje sua via para seguir compondo e explorando dons artísticos. Enfatiza que não abdicou da música (pelo contrário), mas direciona sua energia mais para planejar os produtos das emissoras de rádio da empresa à qual está vinculado há mais de 35 anos.
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