O Sul encontra o Nordeste. A milonga encontra o forró pé-de-serra. Pedro Munhoz encontra Neudo Oliveira. A vida é feita de encontros. E melhor ainda ela fica quando tem show no auditório da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc). Pampa e Sertão em Cantoria, o espetáculo de Munhoz e Oliveira, será apresentado hoje, a partir das 20 horas, com ingressos (pasmem!) a R$ 10,00. A promoção tem também a assinatura da Efasol, a Escola Família Agrícola de Vale do Sol.
A parceria nasceu em 2015. Foi naquele ano que Munhoz percebeu as similaridades existentes entre o pampa gaúcho e o sertão pernambucano, terra de Neudo. Principalmente com relação à exploração no âmbito do trabalho rural e da luta pela terra, tema que “costura” o trabalho musical de ambos. Com Pampa e Sertão em Cantoria, eles percorreram não só o sertão de Pernambuco, mas estiveram também na Paraíba e Alagoas. Recentemente fizeram Sergipe e Bahia, totalizando 50 shows. E agora, em março, chegaram ao Rio Grande do Sul, depois de uma passagem pelo pampa uruguaio. A turnê se encerrará no final do mês, em São Paulo.
No repertório, poemas, histórias, canções autorais e aquelas que marcam a identidade sulista e nordestina, deixadas por grandes vozes e compositores. Incluíram, por exemplo, Lupicínio Rodrigues e Luiz Gonzaga. E hoje, na Efasc, contarão com a valiosa participação do Roberto Pohlmann na voz e violão, entre outras surpresas. Algumas músicas são apresentadas em dueto, outras, separadamente. “Vamos ver o que o momento vai nos pedir”, brinca Munhoz. “Cada show tem muito disto: o momento é que nos aponta o caminho. E isso é uma coisa bem de trovadores”.
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Pedro Munhoz é o autor da clássica Canção da Terra, hino campesino composto no último dia de 1999 e que foi gravada, anos depois, pelo grupo Teatro Mágico. A música foi parar na trilha sonora da novela Flor do Caribe, da Globo, o que catapultou o seu compositor para o sucesso, ficando meses no topo das paradas. “Mas isso não me importa”, diz ele. “O importante é que a mensagem foi passada, e tomara haja a compreensão de determinadas classe sociais onde eu ainda não havia chegado.” Munhoz diz que não faz “música de protesto”, mas sim “música de construir consciência”.
Confira a entrevista:
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