Derrotada neste domingo pelos deputados, Dilma Rousseff (PT) ainda pode tentar evitar a abreviação de seu mandato no Senado. Os placares mantidos pelos grandes jornais do País sugerem, desde meados da última semana, que já há votos de senadores em número suficiente para aprovar o impeachment. A experiência da Câmara, porém, mostrou que as articulações de bastidores podem ser determinantes.
Mesmo desgastada e com a base aliada em frangalhos, Dilma dispõe de alguns trunfos para enfrentar a batalha no Senado. Como permanece na cadeira de presidente, ainda poderá usar da “caneta” para oferecer nomeações e investimentos e, com isso, arregimentar apoio. Além disso, diferente do que ocorreu na Câmara, onde seu arqui-inimigo Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou de todas as prerrogativas imagináveis para acelerar o processo e tornar tudo mais difícil para o governo, no Senado o presidente é seu fiel aliado Renan Calheiros (PMDB-AL), que pode agir para postergar a votação e, com isso, dar tempo ao Planalto para recompor sua base.
Por outro lado, o Senado que decidirá o futuro de Dilma também estará pressionado pelo resultado da Câmara e pela opinião pública. A julgar por tudo o que ocorreu nos últimos meses, também não se pode descartar a influência de eventuais novos desdobramentos da Operação Lava Jato.
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Mas mais do que nunca, será o alcance do gênio político de Dilma, bem como de seu antecessor Lula, que definirá o resultado.
*Pedro Garcia é editor de política e economia da Gazeta do Sul
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