Helena liderou todas as pesquisas independentes de intenção de voto desde o período pré-eleitoral. Mesmo em uma disputa altamente fragmentada, manteve preferência acima dos 20% durante toda a campanha, enquanto os adversários oscilavam. Embora Alex Knak tenha buscado um empate técnico a duas semanas da votação e Mathias Bertram tenha entrado em uma curva de ascensão na reta final, a progressista permaneceu em favoritismo do primeiro ao último dia.
Ainda assim, ela enfrentava algumas adversidades. Uma delas era o discurso pró-renovação, em uma corrida cheia de expoentes da nova geração da política local. Em uma campanha com a assinatura do produtor audiovisual Beto Picasso – que trabalhou com Telmo Kirst na vitória de 2016 –, adotou o mote O futuro é cuidar da gente, na tentativa de valorizar a experiência e a tradição. Em sua última fala no debate final, disparou: “Não é hora de apostas ou de aventuras”.
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Outro ponto delicado era a crítica recorrente aos clãs familiares. Embora em mais de um momento tenha dito se orgulhar do marido e filhos, deixou a família em segundo plano nos seus programas – bem diferente dos adversários. Na condição de líder, fugiu dos confrontos: tanto na TV quanto nos debates, nos quais era sempre muito visada, não desviou do tom propositivo.
Ainda que não contasse com o apoio de Telmo, e inclusive sofrendo ataques dele durante a campanha, Helena conseguiu absorver parte da aprovação do atual governo – a candidata oficial da gestão, Jaqueline Marques, obteve somente 6,52% dos votos, enquanto o índice de eleitores que aprovam a administração chegava à casa dos 70% no início do ano. Tudo indica, portanto, que parte do eleitorado viu em Helena a continuidade.
Pesou também a seu favor a força no interior – potencializada pela figura do vice Elstor Desbessell, oriundo de Monte Alverne – e a sua inserção nos bairros da Zona Sul, fruto de uma trajetória de três décadas de atuação na área social.
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