A volta de Lula ao Palácio do Planalto, na condição de ministro-chefe da Casa Civil, traz ainda mais incertezas sobre o futuro político do País. Estratégica, a nomeação pode tanto ser a salvação quanto a derrocada do governo petista.
A aposta é de que Lula se valerá de seu capital político para resgatar a estabilidade da base aliada e brecar o processo de impeachment no Congresso Nacional – inclusive porque a oposição também se tornou alvo de denúncias no âmbito da Operação Lava Jato. O primeiro passo é acalmar os ânimos do PMDB, que está na iminência de desembarcar da aliança.
Se por um lado não falta a Lula talento para isso (ao contrário de Dilma, que até aliados admitem que perdeu as condições de articulação), por outro o sucesso da medida dependerá também de outros fatores. Dificilmente se evitará, por exemplo, que a nomeação seja vista, pelos setores da população que estão insatisfeitos com o governo, como uma manobra para “proteger” Lula das investigações da Lava Jato. Se a pressão popular continuar aumentando, será mais difícil estancar o impeachment no Congresso.
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Lula também terá que encontrar uma forma de acalmar o mercado, ainda mais se, conforme apontam as expectativas, conduzir o governo a uma nova guinada na política econômica. Se o cenário de inflação alta e queda na empregabilidade e atividade econômica continuar, o desgaste do governo seguirá.
Mais do que nunca, Lula colocará à prova agora o seu gênio político.
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