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JOSÉ ALBERTO WENZEL

Pedro

Na Semana da Pátria: Guiomar, Pedro Henrique, Daiani, Tatiane, Fernanda e Wagner | Foto: Elemir Polese

Quando chegamos ele estava ali, ao lado de sua mãe Daiani e da diretora da Escola Municipal Professor José Ferrugem, a professora Tatiane. Compenetrado, aguardava o início do ato cívico de encerramento da Semana da Pátria. Entoados os hinos, e após receber o troféu pela escolha de sua redação, o jovem de 15 anos se dirigiu ao púlpito. Estendeu o papel e leu o texto escrito em letras cursivas. Falou da sustentabilidade, tema municipal da Semana da Pátria.

Elogiado, o aluno da professora Lúcia retornou ao seu lugar. De olhos iluminados, Pedro Henrique da Veiga dos Santos, este o nome do estudante, seguiu atento às demais manifestações. Ato contínuo, fomos até a pira com o fogo simbólico, instalada junto ao monumento da Liberdade.

Antes de chegarmos, passamos pelos voluntários que recebiam donativos. Caminhões, já quase lotados, levariam suas generosas cargas às pessoas dramaticamente atingidas pela catástrofe que impactou o vale do Taquari. Houvéssemos combinado o trajeto entre o Salão Nobre e a pira, não teríamos acerto maior.

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Se significativo o ato oficial, o momento se fez ainda mais relevante pela atitude prestativa dos que organizavam as entregas e agradeciam a todos que traziam algo de seu para ser doado. O dia dedicado ao civismo se fez pleno no exercício da solidariedade coletiva em atenção àqueles que passavam pelo infortúnio, talvez o maior de suas vidas.

Ao reconhecimento, o alerta ativo. Os desastres já não se detêm nas margens dos leitos dos rios nem nas encostas. O que se dizia, já ao tempo da Eco-92, de que os primeiros a serem atingidos pelo aquecimento global seriam os habitantes das ilhas oceânicas e dos países como a Holanda, se tornou verdade ampliada.

Hoje, as cidades, as áreas rurais e industriais estão sujeitas aos impactos das mudanças climáticas, como todos os lugares. Preparemo-nos, pois, a partir de nossa realidade, pátria primeira de todos nós. Preparar-se exige que abandonemos os negacionismos e indiferenças do tipo “isso sempre aconteceu.” Em menos de dois meses, o Rio Grande do Sul passou por dois eventos desastrosos. Os acontecimentos extremos não se farão eventuais, mas sequenciados em intervalos cada vez mais curtos. Diminuídos como o tempo de que dispomos para preservar e recuperar o Cinturão Verde.

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Não por acaso, a Emef onde Pedro estuda situa-se no bairro Renascença, junto à poligonal que demarca o Cinturão Verde. Poligonal, posteriormente ampliada, que abriga o organismo vivo que nos protege ambientalmente e, se lhe for permitido, quer conosco coexistir.

Pedro, obrigado pela oportunidade de ouvi-lo. Precisamos saber mais sobre você, seus colegas e mestres de todas as escolas. Sabemos, porém, que o tempo não nos fará esquecer deste 7 de setembro, dia em que ocupaste o púlpito do Salão Nobre da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Na próxima Semana da Pátria, por certo, poderemos dizer que estamos, efetivamente, a caminho de uma Cidade Ambiental.

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