A estrada sinuosa rumo à localidade de Cerro do Baú, em Sinimbu, leva a um paraíso que vem sendo desbravado por amantes da natureza. Lá em cima, onde o vento bate mais forte e o silêncio harmoniza com a vista das montanhas, uma pedreira abandonada, onde se formou um lago, se tornou ponto de encontro e lugar para relaxar. É nos fins de semana que jovens e famílias encaram nove quilômetros de estrada de chão e, acompanhados do chimarrão, deixam-se levar pelo cenário. Vale levar cadeira ou até deitar sobre a pedra.
A acadêmica de Jornalismo Rosana Wessling, de 19 anos, encarou a jornada na companhia do pai e da irmã. Ela ficou sabendo da pedreira em rodas de conversa de amigas e também nas redes sociais. “Como nós já estávamos com visita programada a Sinimbu, resolvemos conhecer”, disse. Roni, o pai, foi quem mais se entusiasmou com o passeio diferente. “Gosto muito de mostrar esses encantos para elas. É uma forma que tenho de fazê-las valorizar este ambiente tão gostoso. E a pedreira, é claro, está mais do que aprovada.”
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Família Wessling veio de Venâncio Aires para conhecer o lugar | Foto: Lula Helfer
No local não há estrutura planejada para o turismo. Para os aventureiros de fim de semana é aconselhável ir de tênis, para enfrentar as pedras e a grama alta. O que não impediu que o casal Greice Fiegenbaum, 28, e Guilherme Saraiva, 24, ficassem deslumbrados com o lugar. Morador de Lajeado, o estudante de Engenharia Civil já havia visitado a localidade no ano passado e retornou para apresentar o espaço à namorada. De quebra, aproveitou para fazer um trabalho acadêmico para a disciplina de Geologia. “A vista aqui é espetacular. Quem conhece fala que é lindo, mas, pessoalmente, é de arrepiar”, resume.
Prefeitura defende criação de área turística
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A área onde está localizada a pedreira é particular. Segundo a assessoria de imprensa do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), ela foi utilizada pela Construtora OAS S.A durante o período de construção da RSC-153, entre 2003 e 2012. Após a fase de exploração, uma mineradora ficou responsável pela recuperação da área degradada.
Conforme o secretário da Administração de Sinimbu, Carlos Backes Filho, a estimativa é de que a área seja devolvida aos proprietários ainda na metade do ano. “A ideia é entrar em contato com os donos e também com alguma empresa de turismo para fazer uma parceria. Havendo investimento para que o lugar se torne, de fato, turístico, com certeza vamos facilitar o acesso e auxiliar a fazer da pedreira um ponto atraente para os visitantes”, disse. n
Acesso difícil
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O auxiliar de depósito Jarbas Pick, 21, é outro santa-cruzense que costuma frequentar a pedreira. Para ele, é fundamental que haja melhorias no acesso. “O lugar é lindo, mas chegar até aqui é muito difícil. Quem vem de moto, como eu, tem que saber a manha da direção. Se não souber, fica pelo caminho”, brinca. Também acrescenta que o espaço tem forte potencial turístico. “É uma pena estar com este aspecto de abandonado. Se houvesse mais investimentos, tenho certeza que muitas pessoas passariam a visitar”, disse.
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