A comerciária Danúbia Cruz Rocha Baier não sabe o que é seguro-desemprego há pelo menos três anos. A última vez que a santa-cruzense recorreu à ajuda foi para fazer a transição do supermercado no qual trabalhava, em 2014, para a loja de roupas onde hoje é caixa.
Conforme a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), em todo o ano de 2017, a unidade de Santa Cruz do Sul encaminhou 3.670 pedidos de seguro-desemprego. Esse número é 20,24% menor do que o referente a todo o ano de 2016, quando foram recebidos 4.612 pedidos de pagamento a pessoas desempregadas.
“Usar o seguro-desemprego não é bom. Dá uma angústia na gente, pois não se sabe o que haverá depois que as parcelas acabarem”, recorda Danúbia. Para ela, bom mesmo é ficar empregada. “Estou muito feliz, e acho que a empresa comigo. Faz dois meses que eu vim para o caixa da loja”, comemora.
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Recolocação é facilitada pela parceria com empresas
Segundo a coordenadora da FGTAS em Santa Cruz, Fabiana Landesvatter, no município há empresas parceiras, que auxiliam a Fundação a captar vagas e recolocar os trabalhadores no mercado formal.
“No ano passado tivemos também dois mutirões, promovidos pela fundação, que foram o Empregar RS e o Dia D. Nessas duas ocasiões, recebemos muitas vagas de empregadores locais”, diz Fabiana.
A coordenadora explica que quando o trabalhador desempregado procura o benefício do seguro-desemprego, a recolocação é uma das opções. “Claro que depende da oferta de vagas e do perfil desejado pela empresa”, ressalta. Ocorrendo o cruzamento positivo de informações, a pessoa é encaminhada para uma entrevista, antes mesmo de ingressar com o pedido do seguro-desemprego.
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Entenda
O seguro-desemprego é um benefício oferecido pelo Ministério do Trabalho, por meio do Sistema Nacional de Empregos (Sine), que no Rio Grande do Sul é encaminhado pela FGTAS. Já a mediação para contratações entre empregado e empregador é feita de forma gratuita pela Fundação. O telefone para informações é o 3711 2622.
Número de vagas confirma a recuperação da economia
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Em 2015 foram encaminhados 5.580 pedidos de seguro-desemprego em Santa Cruz. No ano seguinte, foram outros 4.612, contra os 3.670 em todo o 2017. Na comparação com outras cidades e regiões do Estado (veja quadro), o desempenho do emprego em Santa Cruz é positivo ao longo dos últimos anos.
Ao cruzar os dados do FGTAS com o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados do Brasil (Caged), do Ministério do Trabalho, a tendência de redução constante no número de demissões ajuda a explicar a queda na quantidade de pedidos de seguro-desemprego.
Entre 2015 e 2017, todas as regiões do Estado apresentam menos postos de trabalho fechados. Em Santa Cruz, o saldo negativo de 1.674 vagas em 2015 contrasta com o fechamento parcial de 2017, no qual, de janeiro a novembro, o saldo de novos empregos é 560.
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Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo, Flávio Bender, Santa Cruz sentiu menos os efeitos da crise econômica. “É claro que existem dificuldades e ainda ocorrem demissões. Mas, durante esse período, sempre fechamos com saldo positivo na geração de vagas.”
Um estudo feito pela pasta do Desenvolvimento Econômico aponta que, somente no segundo semestre do ano passado, 550 novos empreendimentos foram iniciados em Santa Cruz.
O número se refere aos microempreendedores individuais (MEI), pequenas e médias empresas. “Todas essas são ocupações formais, que também ajudam a reduzir o número de solicitações de seguro-desemprego”, salienta Bender.
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SEGURO-DESEMPREGO
Caxias do Sul
2016 26.729
2017 20.773
Lajeado
2016 5.142
2017 4.616
Pelotas
2016 14.968
2017 12.596
Porto Alegre
2016 42.901
2017 47.246
Santa Cruz do Sul
2016 4.612
2017 3.670
Venâncio Aires
2016 2.802
2017 3.165
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