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Pedalar em São Paulo pode render prêmios

Em São Paulo, pedalar até o trabalho ou mesmo por esporte pode render ingressos para o cinema, pares de tênis, roupas esportivas, folgas e até viagens. Os prêmios são oferecidos por empresas que incentivam funcionários a trocar o carro ou o transporte público pela bicicleta. Ganha quem acumula mais quilômetros rodados, em uma espécie de game interno.

Na agência Netza, esse reconhecimento ao esforço dos funcionários existe há dois anos. “Começamos montando uma equipe de corrida e hoje estendemos esse incentivo para a bike. A ideia é que as pessoas experimentem a bicicleta, mesmo que em pequenos percursos. E não precisa ter bicicleta própria, vale também usar os modelos compartilhados espalhados pela cidade”, diz a publicitária e sócia da empresa Fabiana Schaeffer.

A fiscalização pode ser feita por meio do uso de aplicativos. Lançado em janeiro, o Bora Bike, antigo Bike da Firma, impõe metas aos funcionários. “O aplicativo faz do ato de pedalar um jogo. São criados desafios dentro do cenário urbano para aguçar a competitividade entre os participantes, já que a busca pelos prêmios acaba sendo a grande motivação para essa mudança de atitude”, explica a ciclista Fabia Barbieri, sócia-fundadora da ferramenta.

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Nos sete primeiros meses de funcionamento, o aplicativo já cadastrou 1.353 ciclistas, que trabalham em 18 empresas da capital. Juntos, eles alcançaram 8.784 pedaladas. As estatísticas mostram ainda que o pico da atividade ocorre exatamente nos horários de pico do trânsito, ou seja, das 7 às 9, durante a manhã, e das 17 às 19 horas, no período da tarde.

Higor Magno, de 27 anos, pedala cerca de 30 minutos por dia. Funcionário da Netza, ele liga o aplicativo mesmo nos fins de semana, para somar pontos. “É muito legal participar e bater as metas para passar os colegas na pontuação. Ganhei ingressos para o cinema e desconto na compra de um tênis. Já era apaixonado por bicicleta antes, mas para os novatos isso pode fazer a diferença”, afirma.

O auditor André Luiz Almeida, de 30 anos, também foi premiado. Ele venceu um desafio criado durante a Olimpíada do Rio pela administradora do condomínio onde trabalha, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul. “Ganhava quem acumulasse mais quilômetros pedalados. Fiz 688”, comemora.

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A premiação foi na quinta-feira. André ganhou troféu, medalha e um minicomputador de bordo que o ajudará a calcular, por exemplo, calorias perdidas durante o esporte. “Comecei a pedalar por causa desse desafio. Valeu muito a pena. Não pretendo parar mais.”

Para o cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, premiações internas podem ajudar no processo de convencimento de novos ciclistas. “Acho muito bacana esse tipo de incentivo, tanto para o trabalho como para o esporte. A sociedade só tem a ganhar quando se troca o transporte motorizado pela bicicleta. E as empresas também. O funcionário que pratica alguma atividade física normalmente é mais bem-humorado, mais disposto. Consequentemente, produz mais”, afirma.

Créditos

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Outros tipos de aplicativo, como os que calculam rotas, deverão ser credenciados no ano que vem pela Prefeitura para fiscalizar paulistanos que aceitarem trocar o carro ou o ônibus pela bicicleta. Com a aprovação em definitivo, nesta semana, do projeto de lei que propõe recompensar financeiramente o ciclista, a ferramenta passará a ser indispensável para a definição dos créditos a que cada um terá direito.

“A lei será regulamentada neste ano para passar a valer em 2017, por causa do período eleitoral. Até lá, a infraestrutura do sistema será montada, com a definição dos aplicativos que farão a fiscalização e calcularão os créditos”, diz o vereador Police Neto (PSD), autor da lei. Os pontos serão calculados de acordo com horário, local e distância percorrida, e poderão ser resgatados em dinheiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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