Um espetáculo histórico chega aos 30 anos em Rio Pardo nesta sexta-feira, 7. Marcada por muita emoção, a Paixão de Cristo, uma encenação protagonizada pela comunidade, ocorrerá mais uma vez no Forno de Cal. A peça a céu aberto tem acesso gratuito e se inicia às 20h30. O evento, promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura, integra a programação da Semana Santa da Cidade Histórica.
Desde o início de março, os atores estão se reunindo para produzir o espetáculo, que será apresentado nesta semana. Neste momento, a equipe trabalha nos preparativos finais, como ajustes de figurinos e cenários. Mais uma vez, a peça será realizada no centro de eventos, próximo da Praia dos Ingazeiros. O espaço conta com cenários construídos, que permite que o público reviva esta história imerso em cada passagem.
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“Este ano as pessoas podem esperar um misto de renovação e nostalgia, com adição de novas cenas, e peças de figurino, mas também trilhas e falas que marcaram o espetáculo. Então, quem acompanhou a história da Paixão de Cristo, além de ver um espetáculo cada vez mais bonito, vai também reviver momentos desses 30 anos”, adianta o diretor Dmitri Rodrigues.
O ator e diretor integra a Paixão em Rio Pardo desde 1999, e interpretou Jesus Cristo por oitos anos consecutivos, até 2006. Desta vez, além da direção, dará vida ao personagem Pôncio Pilatos, que acaba condenando Jesus Cristo e permitindo que ele seja crucificado. A cena da crucificação, por sinal, carregará uma simbologia alusiva às três décadas. Além do protagonista, Eduardo Ezequiel, os atores Cássio Mello e Jones Mallet, que interpretaram Jesus em edições anteriores da Paixão, serão crucificados como os ladrões Dimas e Gestus. “A ideia é reunir na mesma cena três figuras que deram vida a esse personagem ao longo da história da Paixão de Cristo”, explica o diretor.
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O fortalecimento da presença feminina já se tornou uma marca do espetáculo em Rio Pardo e desta vez não será diferente. A cada ano, o texto é repensado, para inserir todo o elenco e discutir novos temas. Em 2023, outras tramas e personagens foram criadas pela dramaturga e jornalista Letícia Mendes. Algumas delas estão na cena nomeada de Cálice, na qual Maria Madalena é confrontada por outras mulheres, ao abandoná-las para seguir Jesus Cristo. Este momento é recheado de debates feministas.
Camila Borba Rosa, 17 anos, interpreta uma das personagens criadas nesta edição: Miriam, que está nessa cena. Este é o segundo ano da jovem na Paixão de Cristo. Ela se aproximou do espetáculo em 2022, após participar de oficinas de teatro realizadas pela Andarilhos em escolas do município, o que resultou na Mostra de Teatro Estudantil de Rio Pardo. “Estou achando bem interessante participar. Tem uma energia nesta cena de irmandade”, comemora a jovem.
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Estudante de História, Rafaela Schild, 21 anos, é quem interpreta Madalena. A jovem considera este seu maior desafio nas artes cênicas, por estar diante de uma personagem enigmática, que estava acostumada a ver representada somente como uma figura submissa.
“Durante toda a nossa vida, socialmente somos acostumados a ouvir histórias bíblicas, nas quais a Madalena é uma mulher frágil, que está nesta história para ser uma ferramenta de empoderamento à figura de Jesus, e mostrar a força que Jesus tem de perdoar, de acolher. Mas na Paixão de Cristo de Rio Pardo nós exploramos a personagem de uma forma bem diferente do comum, como uma mulher forte, resiliente”, descreve.
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Rafaela afirma que dar vida à personagem pela primeira vez tem sido gratificante por lhe oportunizar também interpretar uma Madalena que representa inúmeras mulheres que marcaram a história. “Não está sendo sobre interpretar Maria Madalena especificamente e sim uma mulher, que estava pronta para a luta, e que representa tantas outras figuras femininas, na história mundo, que são banalizadas, fragilizadas, mas que na verdade têm importância magnífica, gigantesca, na construção do imaginário social e histórico”, analisa a atriz.
Além da encenação, o espetáculo permite que os atores se envolvam em outras atividades, como os figurinos, cenários e adereços. Um dos integrantes da equipe de produção é Eduardo, que aos 29 anos pela segunda vez interpreta Jesus Cristo.
“É sempre um desafio enorme dar vida a um personagem tão emblemático e amado por tanta gente. Então me sinto grato por receber essa oportunidade novamente. Isso com certeza me motiva a me dedicar mais nesse trabalho. Espero fazer jus a essa confiança que o diretor e o grupo como um todo depositam em mim”, diz o ator.
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Também integram a produção do espetáculo outros atores da Andarilhos Companhia Teatral: Anderson Andrade, que interpreta o apóstolo Pedro, Miguel Rodrigues, que encena Judas Iscariotes, e Viviane Vieira, que faz Lúcia e também é responsável pelo figurino da peça. Assim como no ano passado, a peça contará com figurinos atualizados, após uma renovação do acervo em 2022 realizada pela Andarilhos.
A coreografia apresentada pelas bailarinas é de Tainá Paim, que também interpreta Salomé, a filha de Herodíades, responsável por pedir a cabeça de João Batista numa bandeja de prata após uma dança hipnotizante. A iluminação do espetáculo é criação de Fernando Ochoa, de Porto Alegre, que já conquistou vários Prêmios Açorianos. A edição do áudio e das trilhas é do rio-pardense Robson Bitencourt, proprietário do Estúdio Azul.
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