Terra da mãe de Deus – tupã (Deus); cy (mãe); (retá -terra): Tupanciretã. Cidade onde participamos de uma exposição e fomos vitoriosos em duas categorias. Cidade pequena, acolhedora. Lindos campos. Um vento frio soprava enquanto nos protegíamos com os palas de pura lã de ovelhas. Uma cidade onde não dá para ser infeliz, tão maravilhosas são suas paisagens.
Lembrei-me hoje do enterro de uma jovem num jazigo campeiro da família, em pleno descampado, junto com seus ancestrais. Há uma semana fico me perguntando o que leva as pessoas ao suicídio.
Uma jovem dentista, com muito sucesso na profissão, rosto levemente melancólico, ao menos nos retratos da imprensa, decide sair do mundo em que vivia. O que a incomodava? Amores sem sucesso, nenhuma perspectiva de ter filhos, incompreensão, depressão?
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A moça, ao que consta, só lançou alguns anzóis, indagando a uma amiga se teria coragem, ante a depressão, de tirar a própria vida. A amiga não teria levado a sério.
Pois a jovem montou um esquema que terá que ser objeto de estudos.
Decidiu morrer. Como fazer? Por que longe de casa? Por que num lugar inóspito?
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Mas a verdade é que estava determinada.
Deve ter pesquisado com cuidado uma morte sem sofrimento.
Logo que eu soube da notícia da descoberta do corpo, fiquei muito triste e me pus no computador para escutar “pavana para una infanta difunta”, de Ravel.
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É de uma tristeza mortal.
Nosso querido articulista, dr. Vinicius, há algum tempo publicou na Gazeta um artigo muito importante sobre o suicídio.
Em todos os casos em que tive conhecimento pelos relatos familiares, a pessoa não procurara socorro ou tratamento.
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Agora, há duas semanas, um menino de seus 23 anos, universitário, se atirou do último andar de um edifício no Iguatemi. Eu o conhecia, pois jogava tênis com ele em Santiago, quando ele ficava sozinho esperando parceria. Notava que era meio triste, mas se iluminava quando alguém o convidava para jogar.
Um vizinho meu da fazenda, alegre, risonho, tinha algumas dificuldades financeiras, ao que consta. Entrou no seu carro certa manhã e se matou.
E o que dizer da pungente letra de Alfonsina y el mar?
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“Te vas Alfonsina con tu soledad /¿Qué poemas nuevos fuíste a buscar? Una voz antigüa de viento y de sal te requiebra el alma y la está llevando / y te vas hacia allá / como en sueños dormida, Alfonsina / Vestida de mar.”
“Cinco sirenitas te llevarán por caminos de algas y de coral y fosforescentes caballos marinos harán una ronda a tu lado, y los habitantes del agua van a jugar pronto a tu lado.”
Rezemos uma prece pela princesa morta.