Natural de Santa Rosa, Paulo Rosa chegou a morar na rua na infância. Hoje empresário, diz ter ingressado na política por não se sentir representado pelo que chama de “políticos de carteirinha”. Participa de eleições há 18 anos e jamais se elegeu: concorreu três vezes a vereador em Viamão, uma vez a prefeito e uma vez a deputado federal. Passou pelo PL, PSC, PRTB e Avante. Neste ano, filiado à Democracia Cristã, lançou-se ao Senado.
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Entrevista
Paulo Rosa (DC)
O atual governo encaminhou a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal, mas o assunto ainda gera muita controvérsia. Qual sua avaliação? Isso deve ser revisado novamente. Não podemos simplesmente largar uma conta no colo do povo. O povo precisa ser consultado. Acredito que a dívida tem que ser renegociada com todo cuidado. É preciso ver de que maneira a população vai ser beneficiada com isso.
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O senhor acredita que reduzir o teto do ICMS para derrubar o preço dos combustíveis foi uma medida acertada, considerando a quebra de arrecadação dos estados? Acredito que sim. Existe dinheiro, os cofres públicos estão abarrotados. Por que o nosso Estado tem que ter essa cobrança de ICMS altíssima? Isso causa menos emprego, menos investimento. Sou totalmente a favor de baixar o ICMS. Se tu compra um automóvel, tu paga um imposto caríssimo e ganham em cima da montagem do automóvel, do óleo, do pneu, do combustível e ainda cobram pedágio. É muito encargo. O nosso país é rico, mas é mal administrado pelos políticos de plantão.
Assistimos a um tensionamento na relação entre governo federal e STF. O senhor entende que a forma de indicação dos ministros do STF precisa mudar? Acho que deve mudar. Vemos que eles (ministros) votam assuntos que não são de interesse da nação brasileira. Eles fazem o que querem, se julgam deuses. Mas Deus só tem um. E essa forma de indicação é totalmente errada. Acredito que o próprio povo deveria eleger. Eu me julgo muito mais honesto do que os caras que estão lá.
O Congresso vem aprovando criação de despesas que, embora justas, não são acompanhadas da devida fonte de receitas, como ocorreu com o piso da enfermagem. Como o senhor vê isso? Repito o que falei lá atrás: tem dinheiro. Cada trabalhador tem o seu direito e se o direito é dado por lei, tem que ser cumprido. Se eu for senador, vou ser muito brigão. Por que, quando se fala em direito, vira um problema, e quando são os conchavos deles, aí é tranquilo, votam no meio da madrugada? Se o piso da enfermagem foi determinado por lei, que se cumpra a lei. O gestor tem que administrar isso, vai atrás, porque tem recurso sim. O nosso país tem condições de pagar um salário digno para os enfermeiros.
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Fala-se muito na necessidade de uma reforma tributária. Que linha o senhor acha que a reforma precisa seguir? Isso tem que ser analisado. Mas que é preciso urgentemente uma reforma tributária, disso eu não tenho dúvida. E também uma reforma política.
E quanto ao chamado orçamento secreto, o senhor acha que precisa acabar? Acredito que sim. Tudo o que é secreto, para mim, é obscuro. E se é obscuro, tem coisa suja por trás. Tem que ser tudo às claras. Quem não deve, não teme. Nada tem que ser secreto.
Para terminar, qual a sua posição sobre legalização do aborto e das drogas? Eu tenho como princípio de vida a palavra de Deus na Bíblia Sagrada. Antes de ser político, sou um homem de Deus. Aborto eu nem discuto, é vida e eu sou contra. Legalização das drogas, eu sou contra também. Por quê? Porque a Bíblia me diz isso.
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