Uma escritora e tradutora paulista, radicada há 11 anos em Curitiba, no Paraná, chega a Santa Cruz do Sul nesta segunda-feira, para atividade pelo projeto Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras, iniciativa do Sistema Comércio, formado por Fecomércio RS, Sindicatos, Sesc e Senac. O encontro será com a autora Julia Raiz, doutora em Letras e autora de diversos livros, publicados desde 2017. A atividade, no Coworking Cultural (Rua Tiradentes, 15, no Centro), ocorrerá em dois horários, às 15 e às 19 horas, em ambos com acesso franqueado.
Seus livros são: “Diário: a mulher e o cavalo” (cuja primeira edição ocorreu em 2017 e que teve reedição, bilíngue, pela editora Telaranha, em 2023), “p/vc” (7Letras, 2019), “Cidade Menor” (Primata, 2020), “Terceiro Mistério” (Lola Frita, 2021) e “Metamorfoses do Sr. Ovídio” (Arte e Letra, 2022).
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Ainda que tenha nascido na capital paulista, entre os 4 e os 17 anos Julia morou em Ibiúna, no interior daquele estado. Uma vez que se sentia inclinada para a literatura, optou por se transferir a Maringá, no Paraná, onde fez graduação em Letras. De lá, o passo seguinte foi ir morar na capital paranaense, Curitiba, e prosseguir na formação.
Ela doutorou-se em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tendo elaborado tese sobre as questões feministas na tradução do livro Eros, o doce-amargo: um ensaio, de Anne Carson. Julia traduziu essa obra da escritora canadense praticamente em simultâneo ao proceso de elaboração de sua própria tese, na qual refletia sobre essa experiência e sobre a temática abordada por Carson, que, aos 74 anos, tem sido lembrada de forma recorrente para o Nobel de Literatura.
Em tom teórico e filosófico, o livro Eros, o doce amargo: um ensaio, que Julia traduziu, foi publicado pela editora Bazar do Tempo, em 2022. Já a sua tese foi defendida em 2021, em plena pandemia, como salientou em entrevista por telefone para a Gazeta do Sul ao longo dessa semana.
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Julia comenta que tem contato regular com o Rio Grande do Sul, uma vez que um de seus irmãos reside em Porto Alegre, e ela o visita ao menos uma vez por ano. Pelo projeto Arte da Palavra, o seu circuito pelo Estado inicia-se justamente por Santa Cruz do Sul, e depois incluirá atividades em Caxias do Sul, São Leopoldo, Gravataí e Canoas.
Ao longo deste ano, em diferentes momentos e pelo mesmo projeto, fez roteiros por Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás, bem como foi a Belém do Pará e visitou cinco cidades do Paraná. Além de escritora e tradutora, Julia ministra oficinas de escrita e conduz podcast.
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A convicção do valor da palavra
Em sua explanação dentro do projeto Arte da Palavra, como Julia Raiz salienta, ela aborda tanto a experiência em meio a livros quanto a sua produção, seja como autora, tradutora e ainda como divulgadora cultural. Em suas lembranças, menciona a vivência como aluna em escola primária na área rural de Ibiúna, a cerca de 70 quilômetros da capital paulista. Ali viveu entre os 4 e os 17 anos, cumprindo os ensinos Fundamental e Médio.
Ainda que em casa rotineiramente não houvesse muitos livros, a não ser os de agricultura, área de atuação de sua mãe, ela sempre se sentiu atraída pela leitura. Até que, em um bazar, deparou-se com obras de Clarice Lispector, Murilo Rubião e Machado de Assis, entre outros, que passou a ler com sofreguidão.
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A partir desse hábito da leitura e do gradativo bom domínio da escrita, em redações elogiadas, sua primeira intenção era tornar-se jornalista. Por indicação do pai, optou pela área de Letras, e para cursá-la transferiu-se à distante Maringá.
Em meio à formação, e com a participação em saraus e eventos literários diversos, Julia comenta que cada vez mais se fortalecia nela a convicção de que a palavra era valiosa, no sentido de desvelar o íntimo de cada pessoa e de, ali, iluminar aspectos essenciais da condição humana.
Logo ela própria se viu instigada a escrever, sendo a sua primeira produção o volume Diário: a mulher e o cavalo, que, na segunda edição, de 2023, possui 144 páginas e é bilíngue (português e espanhol). Em seus livros publicados, expressa-se em uma espécie de prosa poética. No entanto, agora está com um primeiro romance concluído, que deverá ter o título de Toda cabeça de irmão.
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Serviço
- O quê: bate-papo com a escritora e tradutora paulista Julia Raiz, radicada em Curitiba, no Paraná
- Quando: na segunda-feira, em dois horários: às 15 e às 19 horas
- Onde: no Coworking Cultural, na Rua Tiradentes, 15, no Centro de Santa Cruz do Sul
- Realização: a atividade integra o projeto Arte da Palavra – Rede Sesc de Leituras, iniciativa do Sistema Comércio, formado por Fecomércio RS, Sindicatos, Sesc e Senac